sábado, 26 de julio de 2008

Dos Olhos Falantes...

E o silêncio dela gritava através daqueles olhos castanhos, um pouco mel, um pouco amora. Aquele grito silencioso dizia todas as coisas que ela queria dizer, mas não conseguia, ou não podia – ainda! E na espera do dia oportuno sonhava com o momento em que a suas vidas se uniriam de uma vez por todas, em corpo em alma e em pó. Sonhava com o quintal que teriam naquele lugar novo, com as flores que marcariam o caminho até a porta, com aquela vinha nos fundos do quintal e aquelas janelas com cortinas de seda branca, que tocadas pelo vento dançam. Mas aquele silêncio gritava e saía dos olhos brilhantes, e entrava naquele outro par de olhos, e abraçava-o, sacudindo-o, dizendo: Sim! O que eu sinto é AMOR!

E desse amor, o mais soberano era a capacidade que tinha de querer sempre a mesma pessoa o tempo todo, sem pensar numa segunda opção. A necessidade de fazer sorrir aquela pessoa que, para ela, era a pessoa mais interessante de todos os tempos! Porque para sua vida, aqueles outros olhos já lhe bastavam como felicidade plena. E nenhum outro lhe tinha com tanta propriedade e vontade de ser assim.

Por Dani Cabrera

jueves, 24 de julio de 2008

Do Ponto Zero... (A Necessidade de Evoluir)

Dê teus passos, meu bem!
Porque aqui dentro tudo é urgente demais. Está a cada dia mais difícil não te ver despertar pelas manhãs, ou da cochilada no meio daquele filme “assim-assim” que decidimos ver só pra deitarmos em paz. Anda meio complicado não ter o teu sorriso como a primeira paisagem que vejo no dia. Mereces o título de oitava maravilha do mundo! E eu, que só faço reluzir esse amor, quero por noites e noites e noites, velar teu sono e descobrir em ti enquanto dormes aquele cabelo que ameaça esbranquiçar, aqueles poros mais abertos, os cravinhos que ao amanhecer perderão a timidez. Ouvir tua respiração, profunda como o teu sono – será que sonhas com nós dois então? – esses suspiros disfarçados, tua satisfação por ter (a mim) o teu amor na palma da tua mão macia, ou do teu coração, você é quem escolhe.

Sabes que sou amante da juventude e que amo observar os velhinhos, mas só assimilo envelhecer se for ao teu lado.

Não demore mais, meu amor!

Porque as noites são frias demais, e Amarante tinha razão em dizer que o sereno dói, o meu corpo inteiro estremece de saudade. E te confesso que sim, que estas gotinhas de melancolia até que reluzem belas, prateadas em mim. É contigo que sonho todos os dias, manhã, tarde e noite, dormindo ou acordado – até quando não sonho!

Tenha dó, dê teus passos!

Porque sei que tuas noites doem tanto quanto as minhas, e porque sei que sou o teu amor e que minha ausência te é fria.

O teu rosto eu já decorei. Tua voz eu sei de cor. Estás em mim e em tudo ao meu redor o tempo todo. Confesso-te: viver sem teu cheiro não dá mais.

Falta apenas teu sim pra que eu seja um estandarte de plenitude.

Agora vem e consuma!

Demora não...


Por Dani Cabrera

martes, 22 de julio de 2008

Da Gramática Infundada (Parte II)...

Há umas meias-noites atrás, meu pensamento – que pulsa e voa – percebeu um equívoco da parte dos mestres na tangente “substantivo concreto e abstrato”. Ah, se eles nos conhecessem: nunca mais classificariam “amor” como abstrato! Sim, ele (o amor) tem a tua e a minha forma.

E hoje, cá com meu amor por ti, descobri que esta palavrinha de quatro letras não se pode conjugar em todos os tempos verbais. Não conosco! Vejam bem, senhores!

Porque [...] amo: correto, eu te amo sim, e com toda a força que tenho e hei de ter!

Amarei: correto outra vez, e o farei por toda a minha existência.

Ame! – é o que tua doçura me ordena mesmo sem nada pedir.

Mas o pretérito...

Em nada cabe desde o dia em que encontrei teus olhos! O passado diz só de como era morna a vida sem você, do sorriso opaco e sem graça que eu, sem escrúpulos – sem vergonha alguma – insistia oferecer ao mundo. Uma vida de pouca cor, de pouca fé de pouca esperança. Eu andante, e o quanto as estrelas do céu almejavam nosso encontro: definitivo, como combinamos! O amor nunca há de ser conjugado no pretérito, nunca será subjuntivo, nunca será condicional. Não o nosso!

Meu amor por ti é como o teu por mim: é claro, é presente (crescente) e futuro. Se conjugado no futuro do indicativo (... quando eu te amar) deve apresentar um sinal de soma para os informais, e um “mais” com “i” para os mais didáticos, ficando: “Quando eu te amar mais (ou +)”. Por mais que eu permaneça não entendendo como essa coisa enorme continua crescendo e cabendo no meu peito.

No futuro do pretérito: esse sim entre nós não tem finalidade alguma! Só não te amaria se não vivesse, porque até antes de te ver os olhos, os meus sonhos já era povoados pelo teu perfume e pelo sorriso mais lindo do universo!

Você é quem me faz ver tudo com olhos mais seguros e mais otimistas.

É quem me faz lembrar das questõezinhas de sexta série como se fosse matéria de ontem!

Quem me amolece o coração com um tom de voz mais manso, quem quero dar um buquê com todos os girassóis do mundo, os que existem e os que existirão.

Então é assim.

Ficamos acertados: no presente e no futuro estará o nosso amor. Nunca será passado.

Porque a cada dia que acordo, te amo com tanta força que me sinto como tivesse acabado de te encontrar.

E como dizem aquele par de anjos que me fizeram acreditar em sonhos realizados: ficarei aqui me apaixonando por ti por toda a eternidade!*


Por Dani Cabrera


* Trecho do texto de Natália Anson Lima – Persona Non Grata

sábado, 19 de julio de 2008

Do Dia Que os Ares Sorriram...

Amanhã o céu estará especialmente azul pela manhã!

E ao som de Aquarela, a primeira metade do dia transcorrerá. As nuvens suspirarão orgulhosas e contentes de si e do que vêem de tão pertinho. Desejaram tanto, olhando lá do alto... Enfim, merecem! Amanhã os pássaros vão desejar voar mais alto, e as borboletas pousarão sobre os girassóis pra observar as nuvens. Os girassóis por sua vez, olharão para toda a extensão do céu buscando o norte. E eu sentada na beira do rio, observarei o céu até quase a metade do dia. Amanhã os lugares mais bonitos quedarão ainda mais lindos, os mares estarão mais mansos e as águas mais cristalinas naquele lugar. As dunas parecerão desenhadas com lápis de cor, e ao cair da tarde os pássaros levarão pra lá o meu sorriso, embrulhado num papel lilás com dois ou três morangos...

Amanhã, no paraíso tropical dos moços do outro lado do mar, será primavera e não mais inverno em pleno mês de julho. E a cada passo que der nascerão ramos e mais ramos de Flor de Liz, ainda que no sertão, ainda que no chão de pedra. E aqueles jasmins serão, de esquina em esquina, os mais perfumados deste planeta e de qualquer outro que possa haver jasmins...

Amanhã o dia vai despertar já acordado, apreensivo, como o menino que desperta na véspera de natal à espera do presente. Amanhã os ventos e vendavais serão todos “brisa fresca”.

Amanhã a saudade virá. Mas antes disso, até o meio dia, a terra inteira vai cantar a tua música predileta só pra te ver sorrir! E daqui eu vou aproveitar toda esta sinfonia de olhos fechados, e por momento ou outro vou abrir os olhos e sorrir.


Por Dani Cabrera

viernes, 18 de julio de 2008

Do Outro Lado da Esperança...

Daquela viagem, para cada alguém eu trouxe uma lembrança:
Além da alma brilhante e dos sorrisos estirados, das histórias nos cafés espanhóis e das “retondas” ornamentadas, trouxe pra cada um o pouco que pude dos lugares que andei.

Pro alguém que hoje colore a minha vida, não trouxe nada além de um ou outro agrado.O principezinho da rosa e dos baobás diria – como aprendeu com sua amiga raposa – que era porque pra mim aquele sorriso era como cem mil outros sorrisos. Ainda não me havia cativado.

Mas dias, poucos dias depois, foram suficiente para que recebesse o mais precioso de mim:

Praquele alguém eu não trouxe as mantas de toureiros, castanholas nem sacolas.

Pro alguém que digo, senhores, reservei o meu coração.

Para SEMPRE, como combinamos! : )

lunes, 14 de julio de 2008

Da Gramática Infundada...

Sentada na pedra na noite de domingo, conversava sobre coisas da vida com um amigo dali.

Falávamos sobre as últimas happy hours, sobre divergência de opiniões e algo em comum, sobre uma palavra que dá sentido às vidas: o amor.

E no meu vocabulário, quando dizem a palavra A-M-O-R, sem precisar consultar em qualquer almanaque, eu já tenho definição perfeita. Quando se toca nesta palavrinha de quatro letras, é como se a minha alma subisse bilhões de léguas por cada letra dita, fazendo enganosa as aulas de português que me definiam sobre substantivos concreto e abstrato. Por anos me ensinaram que amor é um substantivo abstrato. Mas desde aquela primavera – que pra mim foi o inverno mais rigoroso da minha vida, eu aprendi que amor é um substantivo concreto, e muito concreto!

Sob a definição do “desenha / não desenha” estavam errados: todos os teus traços estão melindrosamente gravados na minha mente. Todos os dias pinto quadros teus e cravejo com borboletas de seda, girassóis de cetim e fitas de todas as tuas cores...

Sobre o “poder / não poder tocar” fantasia deles: as nossas mãos não deixam de se encontrar nem por um instante – nem de perto nem de longe. Mais loucos ainda ficariam se soubessem que posso velar teu sono há quilômetros de distância: estar junto é estar junto, só entende quem o vive.

Sobre “ter forma / não ter forma”... Como o amor não tem forma, senhores?

O amor tem a forma do meu bem, tem o sorriso mais lindo de todos os tempo e os olhos mais fortes e brilhantes que todas as estrelas de todas as galáxias unidas numa saleta quatro por quatro! Tem o perfume de jardim florido, e esplendor mais pomposo do que o Palácio de Versalhes.

E assim como me ensinaram errado sobre concreto e abstrato, me ensinaram várias outras coisas de forma pouco esperançosa. Mas desde que meu bem chegou na minha vida, todas as coisas receberam um feixe de luz e clareza. Doçura e leveza.

E foi nesse tempo que eu comecei a acreditar em sonhos realizados.

Foi nesse tempo que eu aprendi a sorrir.


Por Dani Cabrera

viernes, 11 de julio de 2008

Daquelas de "Finzinho de Noite"...

Existem coisas que definitivamente precisamos passar:

Pela tempestade na saída do trabalho, desprovidos de guarda-chuvas. Pelo meio do mês com o “cartão estourado”. Pela golada – aquela com vontade mesmo! - no café sem açúcar; e por aquele “moço-chaminé” na tua frente, na fila do banco.

Tem coisas que por mais que tenhamos todo o cuidado, tornam-se quase impossíveis de evitar, como aquele parente que tem prazer em amarelar os sorrisos de toda a casa nas reuniões de família, como as irresponsabilidades que roubam os sonhos de uns daqui, as desonras que tiram o brilho daqueles dali...

Eis a notícia bombástica pros que vivem de contos: Sim, até os apaixonados sentem esses espinhos na pele! Eu passo, sinto, amargo...

Mas se no fim do dia aquele sorriso vier ao meu encontro, sinto-me como quem ganha na loteria acumulada, ou como a criança que ganhou no natal, aquele brinquedo que começou a pedir no mês de abril.

Porque você, meu bem,
Você se fez peça chave dos meus dias perfeitos!

Por Dani Cabrera

lunes, 7 de julio de 2008

Das Coisinhas Simples Que Me Valem Ouro...

Aquela companhia, senhores, é mais agradável que a luz do sol quando encontra a pele nas manhãs de inverno. Mais agradável que o filme da Audrey assistido na sala escura, à tardezinha chuvosa das férias de julho com um bom cobertor e uma barrinha de chocolate ao leite. Talvez vocês não entendam, mas desde que aquele sorriso chegou, meu horizonte se estendeu em si, ao longe. Hoje vejo flores em qualquer lugar que escolha olhar.

Por isso minha alma se acende ao receber de ti um simples convite para uma ir ao mercado ou ao dentista. Por isso a cada vez que esmoreço volto à tona logo logo, e aposto minhas fichas todas (e minha vida) no mais legal que há entre nós. E pelo que vejo refletir de ti, acredito sem duvidar e não pretendo desistir. Porque cedo ou tarde, hoje ou amanhã, esse amor de imã há de vencer tudo sempre, vai permanecer aos trancos e aos barrancos. E o nosso campo (já florido) há de florescer aos olhos de todos logo em breve.

Foi pelo teu sorriso que eu entreguei todo medo em praça pública, foi em troca da voz mais doce que eu decidi ser mais mansa.

Teu amor livrou meu coração das mãos da tristeza.

E por mais que não haja uma boa notícia diariamente, eu tenho motivos de sobra pra viver sorrindo.

Contigo eu vou.


Por Dani Cabrera

viernes, 4 de julio de 2008

Da Confiança Que Me Alegra a Alma...

Hoje o céu decidiu chorar.
Logo hoje que o dia estava tão bonito.
Mas pela noite, lá de cima, decidiram ser solidário comigo e me disseram: Moça, hoje choraremos o teu choro contigo. Hoje não hás de chorar só.

Talvez minha sentimentalidade tenha me tornado um tantinho previsível. Mas não, hoje não é dia de chorar, nem de desacreditar. Hoje, acreditar é um dos caminhos que nos conservará eternos.

E caminhando olhei pra cima, deixei escapar um sorriso no canto dos lábios e disse:
No meu amor confio eu! E não vou chorar, porque se aquela boca me promete algo - eu sei senhores, eu sei que posso confiar! Obrigada céus pelo breve choro intenso, mas do meu rosto só há de brotar céu azul (sorrisos), porque pra nós nada acabou. Ainda há amor o bastante pra suportar tudo o que há de vir. E sempre haverá, contem com isso!

Porque como dizemos: sempre damos um jeito! E quando não há esse meio, fabricamos.
E quem vai ousar matar esse amor de nós?
Quem pode apagar o que se acende a todo instante?

Agora é a hora meu bem, provaremos para os nossos corações a solidez do amor que é só nosso. E os meus joelhos estão fortes e prontos pra correr mais cem mil léguas ao teu lado!


Por Dani Cabrera

jueves, 3 de julio de 2008

Da Beleza Que é Dele Só...

O incrível é que ele sempre a entende! Talvez seja por aquele perfume feito flor que ela emana só pra ele.
Talvez seja porque ele a ama com todas as suas forças: a que tem e a que não tem.

E no peito, aquele rapaz carrega um sonho: o de saber por ela o que significa a eternidade – leiam felicidade se assim bem quiserem – ao lado dela, com um belo jardim diante da casa que mais parece um quadro pintado nas paredes de seus pensamentos de fim de noite. Também uma videira nos fundos, ao lado um pé de laranja-lima e aquele poço que por mais que os dê de beber, nunca há de saciá-los como se saciam nos olhares um no outro.

Não tentem decifrar o que o inspira tanto!
Nem a ele, nem a mim que escrevo sobre ele. É amor apaixonado e nada além. É leveza, repouso sobre turbulências. É calmaria e quietude. Certa dor, mas dor das boas! Um “apertinho” no coração e nada mais.

O bom de tanto olhar pras nuvens, pras flores, e pro azul do céu, é que assim limpou a alma de toda amargura dantes. Hoje sim, depois de vê-la, soube o que é beleza de se ver e de se sentir. Assim aquele rapaz pôde voltar a acreditar nas verdades - que só ela e os seus corações o diz.

Por Dani Cabrera


“Vou lhe botar num altar na certeza de não apressar o mundo. Não vou divulgar, só do meu coração para o seu”. Tribalistas.

2019

Echarte de menos en una tarde como esta, sabiendo que vendrás – que en un par de horas entrarás por la puerta de nuestra casa. Por aqu...