domingo, 25 de abril de 2010

Pra Você Que Eu Amo

Sou uma coleção de marcas tuas, meu bem. Tu não refletes nos meus olhos só ao estar diante de mim. Eu sou você refletida quando não estás aqui, e o meu riso delata que eu encontrei o amor, e não um amorzinho desses qualquer, dessas paixõezinhas baratas que a gente vê enlouquecer as pessoas por mundo afora. O que eu encontrei, senhores, não foi um amor desses melodramáticos, de murros e beijos, de perdas e danos. Ainda bem que não... O amor que eu encontrei é um amor de certezas, de paciência, de bondade. De confiança de que é em mim que tu pensas quando te deitas, mesmo que a tua cabeça descanse 600 quilômetros longe do meu peito. É um amor que me agita por dentro só em pensar que tu estás chegando, e é tão gostoso isso de saber que o tu também ferves por dentro no mesmo momento e pelo mesmo motivo que eu. Não há sensação melhor do que sentir o teu abraço ao meu redor. O mundo anda mal, meu bem, a crise anda enlouquecendo as pessoas. Tem um montão de gente desistindo todos os dias. Sim, os tempos são maus para a lírica, já dizia aquele grupo que você tanto gosta. Não é fácil tragar esse vinho amargo que as circunstâncias nos proporcionam, mas não amargamos não. Não desistimos não. Porque tu não estás só. Em todo esse universo, nessa vida ou em qualquer outra, no bom e no mau, eu estou contigo. Eu não estou só, porque tu estás comigo. Tá tudo bem então. Vejo gente desesperada, buscando qualquer coisa interessante que possa fazê-los seguir adiante, gente que perdeu a fé, sabe, meu amor? As pessoas andam cansadas de tanto fazer girar essa roldana ingrata que no fim das contas não te dá nem um obrigado. Às vezes pesa demais essa roldana, meu bem, porque eu também a giro. Mas quando eu lembro de você tudo fica mais leve. Eu tenho motivos pra não parar de girá-la, de continuar na briga. E quando não estou pensando neles alguém sempre vem e me diz que a minha cara denuncia que por aqui tá tudo bem. E esse bem se chama... tu. Simples assim. São as marcas tuas espalhadas pelo meu corpo inteiro, como tatuagem por dentro e por fora da minha pele. Foi você quem mudou o meu perfume, e me faz exalar essa coisa tão positiva, e eu te agradeço por isso, te amo por isso, te quero cada vez mais por isso.

Por enquanto, a primavera vai cobrindo toda a Galicia de poeira amarela, e eu vou ensaiando baixinho nesses três metros quadrados, que temos que ir a comprar porque a geladeira anda vazia das minhas bobagens e da tua comida sã. Mas sem que ninguém escute. Tem gente que não entende o que é sonhar... Melhor guardar esses meus delírios pra mim mesma.
Termino assim, como quem não termina.

Te amo. Te espero todos os dias.

A tua,

Dani.


miércoles, 7 de abril de 2010

Agora que tu vais outra vez,

...o que resta é a sensação da tua caricia no meu rosto cheio me memórias tuas. Quando me olho no espelho é de ti que eu me recordo. Fica a minha cama marcada pelo teu corpo, as paredes do meu quarto ecoando a tua voz e a minha expectativa inocente de que a qualquer momento o interfone vai soar e vai ser você dizendo que não precisas mais ter que me deixar aqui. De que vai ser você lá embaixo dizendo pra eu descer correndo, só com a roupa que levo no corpo, e que o necessário não são as coisas que eu poderia querer guardar numa maleta, que já basta a nossa vontade somada de estar juntas ate que a vida seja fim. Mas não é assim. Hay que tener paciencia, cariño, e não saltar as etapas. É preciso seguir lutando e acreditando que esse é o preço que há de ser pago pela tranqüilidade que está a caminho.
O tempo se para aqui. Agora que tuas malas estão feitas, e Madrid te espera outra vez.
Te espero.

*

Ojalá me salieran alas mientras el fuego consume el pitillo y su humo llena de baile el aire de mi habitación. Ojalá me salieran alas y pudiera volar hasta donde la carretera no fuera el puñal en el pecho, hasta donde no hubiera ese hueco inmenso entre tú y yo. Ojalá pudiera pararte antes que cogieras el autobús que se te me lleva.


Por Dani Cabrera


Revolvió su calor con su voz, con leche y azúcar, se lo dio a beber. Moldeó el corazón, la razón, con unos besos, de ron y miel. Horneó con su aliento su pelo, y caramelo parecía al terminar, y quiso saborear, la masa de su pan. Escríbele canciones, envíale tu voz donde él esté. Nadando por su almohada, le vino a visitar en sueños él. La vino a revolver, y se dejo hacer... Estampidas en la tierra, el cielo iba tiñéndose marfil. Porque brotó en torrente el verbo y las ganas de sentir. Y pudo saborear la masa de su pan. (Revolvió, Bebe)


*Foto. Calle de las flores, La Coruña.

2019

Echarte de menos en una tarde como esta, sabiendo que vendrás – que en un par de horas entrarás por la puerta de nuestra casa. Por aqu...