sábado, 29 de mayo de 2010

Sobre Escaladas...

Todos os dias subo correndo a colina com os tijolos da nossa casa nas mãos, um à um. No fim do dia me deito nessa cama de menos de metro e meio, que nos cabe perfeitamente, e ouço a tua voz, descanso todo o feliz cansaço de poder fazer o-nosso. Respiro ofegante e sorrindo porque é por nós, amor, porque a sorte sorriu pra mim outra vez desde o dia que te encontrei. Dessa vez ela sorri pros nossos planos e não somente pra mim e pra ti. Sinto-me abençoada pelos céus e pela terra, pela vida, e por tudo mais que possa abençoar. Tu não es o meu segredo. És parte de mim, minha metade até então perdida no outro lado do Atlântico. Estarei chegando enquanto tu cantas, enquanto sonhas comigo do teu lado.
Tenho as mãos marcadas, meu bem, de poeira, arranhadas, porque a primavera deu flores e eu ando colhendo todas as que encontro no meu caminho. Tenho o peito latejante de tanto-tanto esperar pelo momento em que no fim do dia estará tudo em paz. Você e eu ali. Me caso contigo todos os dias, desde o dia que tu me reconheceste. Me apaixono por ti de uma maneira nova a cada vez que desperto.
Desço correndo, fazendo metade do tempo do trajeto que preciso percorrer como se tivesse asas. Encaixo as peças com o cuidado de que os nossos caminhos sejam apenas um, ainda que Madrid e La Coruña sejam cidades distantes. No meu peito eu te acompanho. Entro contigo em Metro Princesa enquanto te sirvo um licor em Archer Milton Huntington. Por isso eles não entendem o porquê de eu rir sozinha às vezes. Eles nunca entendem meus ímpetos... Vou vivendo uma vida à la Amelie Poulain, sonhando com o dia que Nino entrará pela porta com o pão para a cena nas mãos. Fechando os olhos pra te imaginar pisando o meu tão amado chão de terra e samba. O futuro eu já sei. Enquanto ele não vem eu continuo subindo essa parede de pedra ate que seja topo. Te quiero.

Por Dani Cabrera

No me importa el náufrago, mi fortuna está en llegar mientras alguien canta. Hoy nadé otra vez mientras tú cantabas. (Najwa Nimri)

martes, 4 de mayo de 2010

Confissões de Um Sábado à Noite

Eu me sentei na esquina da tua rua pra sonhar um futuro bonito.
E caminhei sozinha por ruas que caminhamos juntas pra tentar trazer você de volta. Eu passei na porta da tua casa e esperei você aparecer na janela da sala, mas você não estava ali. Eu te procurei nos bares de meia luz da cidade velha e você não estava sentada em nenhum deles. Você estava aqui, dentro. Tu estás sempre comigo.
O sol chegou depois de eu tanto me esforçar pra acreditar que ele um dia viria. Ele chegou. O sol sempre esteve aqui, era eu quem não estava. Tu estavas. Eu estava, mas precisava desejar. E digo desejar com força, desejo carregado de desejo. Eu precisava saber te amar como mereces. Eu te amo. Como mereces, tal qual. Tenho sede de ti. Ando pelos dias desejando-te como o peregrino que deseja água. Desejando-te. Desejando. Penso em ti desde que desperto até a hora de dormir, em paz. Pacientemente. Como o arquiteto que olha as paredes de tijolo cru e vê seu projeto já concluído. Sem pressa, trabalhando melindrosamente, mas com o coração ansiando que os meus olhos te vejam todos os dias até o dia que eles não puderem mais se abrir. É o nosso momento, meu amor. O nosso.

Te espero!!!
Vem.


Por Dani Cabrera


Gritaré, gritaré hasta perder la voz.
Y gritaré, gritaré hasta llegar a tí.

(Najwa Nimri)

2019

Echarte de menos en una tarde como esta, sabiendo que vendrás – que en un par de horas entrarás por la puerta de nuestra casa. Por aqu...