jueves, 27 de enero de 2011

Carta ao Pé do Ouvido

Meu amor,

Tu não estarás só quando levantares pela manhã, uma dessas congeladas da gigante Madrid, quando lavares o teu rosto com a água fria e te olhares no espelho, como quem aposta tudo o que tem num jogo de roleta, sem saber o que te espera num novo dia. O resultado será sempre o melhor se tu decidires assim. A sorte é complemento dos que amam. Eu, aqui, farei o mesmo, e comigo tu estarás. Tu estás sempre comigo. Tu não estarás só quando andares pelas ruas cheias de gente que vem e que vai, sem notar que não são os únicos transeuntes da Gran Vía. Não estarás só ao entrar no bus, no metrô. Eu te sigo, todos os dias, vou contigo, somando as minhas forças às tuas. Te perseguem todos os sonhos que tens, os que sabes e os que não sabes: vão detrás de ti, por onde quer que andes, de mãos dadas com eles eu vou também. Agora que a distância física começa a se despedir, e que sinto tudo por dentro em constante ebulição, existe esse meio tempo entre o disparo e o alcance, a espera mais imediata (imediatamente eterna, se me permitís). Podemos respirar e olhar pro tamanho de estrada que temos deixado para trás, e sentir prazer na perseverança, na constância, na vida toda.
És o motivo do meu desejo de eternidade.


Mi vida, mi reina, mi hogar.
Te quiero.


Por Dani Cabrera

2019

Echarte de menos en una tarde como esta, sabiendo que vendrás – que en un par de horas entrarás por la puerta de nuestra casa. Por aqu...