miércoles, 27 de agosto de 2008

Do Meu Amuleto Da Sorte...

O louva-deus que vem trazer as boas notícias,
O sol à pino no feriado prolongado,
Os olhos fechados e o pedido antes de soprar a velinha,
O trevo de quatro folhas que nasce entre as mudas de girassóis
E a flor que confunde o chão de pedra;
O palito de picolé premiado,
Sol e chuva: arco-íris sobre nós.

O treze,
A sexta-feira treze,
Da Mata e Ben Harper,
A borboleta pousando no ombro,
A nadadeira da sorte do Nemo,
O cílio colado no polegar após o desejo,
O “zerinhoum”, cara & coroa,
Sementinhas de lentilha sobre a mesa na virada do ano,
A champagne, o branco,
Os fogos, o vermelho então...

Sorte mesmo foi o que tive quando te encontrei
No meio de tanta neblina e vontade de desistir...
Mas as tuas mãos me deram um bom motivo pra querer ficar.
Desde então todas as nossas cartas são ás de copas
E ando por aí nomeada porta-estandarte da felicidade!

O teu sorriso me dá a sorte que eu preciso pra ganhar o mundo.
Entre nós, todas as pétalas são de bem-me-quer.

Por Dani Cabrera

sábado, 23 de agosto de 2008

Da Saudade Que Me Dá...

Às vezes dá um vácuo no peito.
Como se meu coração fosse uma sala vazia: empoeirada, sem sofás nem estantes.
Pé direito bem alto, janela entre-aberta, cortinas brancas feitas de véu. Sim, véu de maio. Um lustre de cristal bem grande no meio de tudo - só pra ruir ao vento que entra pelas frestas da ventana, e que percorre os lugares pouco notados do cômodo aparentemente vazio - fazendo voar os pedaços do véu de maio. Poeiras já para os cantos...
Nessa hora você me dói, meu bem. Mas não é dor de sofrimento senão de muito querer.
E é nessa hora que eu suspiro de saudades de ti, me levanto então e planejo te ver (vou ao teu encontro)!

E não é que eu queria sustentar o já sustentado à mel e gotas de prata, mas a linha reta que combinamos seguir até o fim, quer dizer "oito-deitado" - como diria meu par de borboletas preferido -, e não impulsividade de gente inconstante. Porque há quem seja afoito demais, e que pelos medos que têm fazem promessas que não podem (e talvez nem querem) cumprir. Daí machucam. E mudam de idéia, assim como a mudança de tempo que causa tempestades perigosas de verão. Sim, as que inundam e desabrigam!

Mas aqui não é assim, meu bem.

Desde que te encontrei você me faz falta quando não te tenho aqui, e meu único medo era não ser bom o suficiente pra te acompanhar.
Mas você me amou também e me fez ver que sou quem você esperava.
E ficou tudo certo, agora não há mais medo algum. Agora somos nós - entrelaçados nos corações.

Quando a saudade me sufoca, a tua voz (ao telefone, que seja!) me traz um fôlego novo. Os planos e encontros relâmpagos, ou o que seja. Mas que seja!

Eu amo a tua mania de salvar meus dias!
(Porque nenhum dia é perfeito sem te ter).


Por Dani Cabrera


"...vai minha tristeza, e diz pra ela que sem ela não pode ser. Diz-lhe numa prece que ela regresse, porque eu não posso mais sofrer. Chega de saudade, a realidade é que sem ela não há paz, não há beleza, é só trsiteza e melancolia, que não sai de mim, não sai de mim, não sai...". (Tom Jobim)

miércoles, 20 de agosto de 2008

Do Composto Só de Nós Dois...

Ah, se todos soubessem o que se passa por aqui.
Entenderiam que não é loucura o que me faz ter ganas de pular o mais alto que eu puder, que me faz ensaiar campos de girassóis no jardim de casa, atrasar todos os dias de manhã, por ensaiar L'Autre Valse d'Amélie (a canção que nos narra). Porque pode ser aquele o dia em que aceitará fugir comigo para todo o sempre. Ainda teremos um mundo só nosso, te prometo isso, com pinceladas de cores que nós bem entendermos!

E se essa minha vida fosse um livro, desses que contam histórias de pessoas como essas que andam por aí, tenho a certeza de que o capítulo mais bonito teria o teu nome em letras bem grandes e desenhadas. E dali em diante, todas as páginas teriam o teu perfume e o mesmo toque de seda das maçãs do teu rosto, por vezes ligeiramente amassadinhas – mas isso nós sabemos resolver. Um olhar daqueles que só nós sabemos dar, ou dois – mas se forem dois, logo em seguida vem o sorriso tímido no canto direito da boca insaciável... Um, ou dois, ou três toques nas veias nem tão calmas das tuas mãos, e um eu-te-amo-muito-e-vou-ficar-com-você-pra-sempre já é o suficiente pra fazer parar por três segundos o coração que dividimos: metade de um todo em mim e a outra metade em você. Assim estamos unidos para sempre e sempre e sempre. Como desejamos.

E assim como tenho dividido o coração, senhores, quero dividir com aqueles olhos a minha vida inteira! Meus sorrisos roucos numas vezes, estridentes noutras vezes... Até os choros que vou abafar pra que ninguém note – ninguém além daqueles braços. E não é que eu necessite do artifício drama para atrair sua atenção, mas entendam que, quando o amor é amor mesmo, daqueles que arrebatam a alma com força - duas vidas se tornam uma e se sabem a todo instante.
A verdade é que te quero em todo o tempo, e pra você quero ser alegria, e amor: pra ti, meu bem, quero ser a tradução da felicidade que nem chegamos a sonhar um dia. A felicidade que eu sinto por te ter aqui comigo, num mundo tão cheio de acasos pessimistas.

Eu que sou tão comum, tão igual a tudo e a todos, mas que trago as letras do teu nome costuradas nas minhas paredes internas. Eu que agora não sou mais tão só.
Eu, que de andante, errante aqui, ganhei um mundo inteiro quando o teu desejo de me abraçar (leia-se me ter pra sempre) era tanto, mas tanto, que a tua vontade, confessada tempos depois, era de fugir dali com pressa. Fugir porque ainda era daqueles que acreditam que o amor é uma flor roxa. Mas eu te trouxe um buquê amarelo de girassóis e de alegria, te trouxe toda a ternura que tenho, eu não te deixei ir.
Te segurei e te trouxe pra um lugar seguro e só teu. Aqui é a tua morada desde então.

E depois de você os meus sorrisos são mais sinceros.
O meu sorriso meu bem, agora lê-se assim: Sim, eu encontrei o amor!


Por Dani Cabrera



"...I get so breathless when you call my name...". (Corinne Bailey Rae)

miércoles, 13 de agosto de 2008

Do Dia Em Que Tivermos Uma Varinha de Condão...

Diante das nossas impossibilidades, um pedido faço a Deus:
Que esse nosso amor perdure enquanto houver enquanto. Enquanto houver azul.

E por enquanto vamos caminhando assim, olhos que se iluminam e se banham em brilhos no despontar de nós em cada ponta da rua ou da esquina, passos trás passos – progressivos de saudades – mal se esperam, um perfume de canela no ar manso. Mergulham um no outro então, e rindo de qualquer palavra que a boca do outro decida dizer. Ali, e assim, nada mais no mundo é tão importante ou urgente, saciam suas sedes, um encontro de mãos...
O ruim mesmo é despedir-se.

Mas um dia...

Um dia desses ainda teremos uma varinha de condão, e num passe de um-dois-três somado à geléias de morango, eu poderia seguir ao teu lado por todos os dias sem infortúnio algum. No nosso sempre um-dois-três, me transformaria numa ladybird e me esconderia debaixo dos teus cabelos, num lugar que tem um cheirinho que ninguém mais tem.

Um dia ainda teremos uma varinha de condão – só mesmo pra completar o enredo desse nosso conto: de fadas. Porque aqui, na vida – antes seca-dura-fria, mas hoje suave-macia-branca – esse amor que acelera nosso peito é o suficiente para uma eterna historinha de bem-querer.


Por Dani Cabrera

Te espero para ver se você vem, não te troco nesta vida por ninguém. Porque eu te amo, eu te quero bem... (Tim Maia)

miércoles, 6 de agosto de 2008

Das Razões Que Tenho Pra Sonhar...

Ali está.
Pra todos aqueles que desejam saber por onde andam as minhas motivações, apresento-lhes a minha razão de querer envelhecer olhando o céu. E não me venham julgar, tampouco massacrar minha possibilidade, minha oportunidade de ser feliz assim como sempre precisei. Como na verdade sempre mereci. O amargo nunca há de sobrepor o doce.

Ali está, senhores!

O meu então motivo de permanecer voltando sempre, incansavelmente. Um motivo feito de doçura, parecido com aquele de crianças, ao descer da roda gigante que paira, e corre mais uma vez para o final da fila - em êxtase - um ciclo interminável de satisfação. Entendam: é que ver o azul intocável de perto é sempre um afago na alma.

E se quiserem entender mais a fundo, percebam as criancinhas ainda mais intensas: quando chegam ao topo, no mais alto que podem, fecha os olhos pra sentir a calmaria que acaricia o rosto, a luz que adentra por algum lugar que não se sabe onde, uma vez que os olhos não olham pra fora, mas pra tudo o que possa existir num registro – ou anseio - interno. E talvez seja dali que vem a luz mais forte a se ver. De presente, se ganha a satisfação em sonhar meio a vida real, com brisas de mãos macias soprando leve, sobre os cílios, as maçãs do rosto, os olhos fechados...Em momentos assim, é que se descobre a possível relação entre sonhar acordado, entre a realidade “tão, mas tão boa”, que mais parece sonho.

Quando encontrei meu motivo, saibam que senti a brisa que há anos senti naquele parque de diversões que hoje já não existe mais. Um sonho real que terminou compensado – superado até – com a presença de meu bem, que apenas ao me chamar o nome me faz voltar a sentir todas aquelas coisas boas que só as crianças podem sentir.

Eis aí, a razão de o meu permanecer. Minha vontade de vida, um assombro bonito que me faz brotar flores no peito - no meu que digo e no teu que lê - um feixe de luz que me deteve, iluminou medos, adoçou meu agror. Com algumas pinceladas de afeto derrubou meus muros e pintou um sorriso bonito no meu rosto outrora cabisbaixo.

Invadiu minhas reservas e salvou a minha vida com urgência.

Por esses e por outros infinitos motivos senhores, apresento-lhes a minha felicidade!

Apresento-lhes então, o amor que sinto.


Pra vida toda, e pra eternidade: como combinamos!


Por Dani Cabrera

domingo, 3 de agosto de 2008

Do Bem Que Isso Faz...

No início era assim.

Andava pelas ruas, pelas tardes, pelas madrugadas a procura de um acaso qualquer, buscando qualquer coisa que abafasse aquela falta. Chutava pedras e colhia amigos, plantava flores, regava flores, colhia flores... Mas vivia num mundo monocrômico. As únicas cores que apresentava além do preto e do branco, era o amarelo do sorriso que deitava sobre o mundo e sobre os “seus” que não eram seus, e o verde-esperança-imorredoura da confiança que aquele par de olhos seriam os olhos que, de um dia qualquer para a eternidade, seriam os primeiros olhos que veria por todas as manhãs de sua vida. E por essa esperança não amargava – era doce.

Toda a manhã atravessava everestes e mais everestes num rito e criava em sua mente uma lógica que pedia a alguém no céu para ajudá-la a conseguir – uma estrela qualquer que resolvesse brilhar sobre seu querer... Sempre que cansava, ouvia a voz rouca de Renato dizendo “espera que o sol já vem...”.

Tornou-se amiga de borboletas, de girassóis, de sabiás e de joaninhas.Sorria para o céu e acenava para a lua. Preparava um mundo novo, ensaiava sua felicidade com gente bacana, amigos que preferiam falar sobre si e não sobre a vida alheia. O amor que sentia, desde o dia em que brotou, passou a ser útil não só naquele peito, mas no peito de quantos quisessem ouvir aquelas coisas que costumeiramente dizem os que amam apaixonadamente. Estava ali. Sem gravidade, via um mundo mais limpo, porque assim o fazia.

Amou, amou e foi bom. Viveu em busca da felicidade. Acreditava em potes de ouro no fim de arco-íris. Porque a verdade que escolhia era a verdade que o fazia bem, que não magoava aos que decidiam acompanhá-lo. Sabia sobre todas aquelas “manhas” dos espertalhões do mundo moderno, mas por estilo de vida adotou a ingenuidade.

Caminhava assim, serenamente, seguramente e com o coração em cambalhotas!


Este que descrevo é esta mesmo que voz fala.

Obrigada meu bem, por mudar meu mundo!


Por Dani Cabrera

2019

Echarte de menos en una tarde como esta, sabiendo que vendrás – que en un par de horas entrarás por la puerta de nuestra casa. Por aqu...