domingo, 27 de diciembre de 2009

Sobre Fisterra, Novos Horizontes e O Amor...

"No fondo do mar,
¿onde están as chaves?
Procurando o ferrollo
e as portas.
-Desde dentro de ti isto non se abre-."

(A fin de Fisterra, Cesar Antonio Molina)

Eles pensaram que tudo terminava ali, mas não.
Eles queriam me empurrar do alto daquele precipício, porque sabem que não sei nadar, e tampouco tenho asas como minha amada Clarice. Mas eu não preciso saber nadar, e também não preciso de asas. Eu quero é mover-me daqui, ainda que seja pra consolidar a minha paz no fundo desse mar gelado. A minha paz nunca morre.
Eles acreditaram que depois do abismo haveria água somente, fins decretados e rochas, acreditavam que seguir o horizonte seria voltar a si mesmo sem conquistar coisa alguma. Eles que vinham do oriente juravam que o fim do trajeto era ali, o fim da vida pra quem decidisse seguir adiante, o fim das terras. Fisterra**.
Pobres são os que só acreditam no que vêem.
(Alguém me ensina a aplicar isso, por favor?).
A questão, meus amigos, é que sempre existiu a possibilidade do inicio de todas as coisas enquanto os nossos olhos se dedicavam a acreditar no fim. Explico-me: é que ironicamente, o inicio de tudo parece dar-se exatamente onde pensamos que tudo termina. E eu sei que é difícil ser tão forte, o medo domina quando temos que submeter-nos aos limites com a responsabilidade de sobreviver. Mas a minha inquietude me fez subir numa caixa de madeira quase podre, abandonada no fim desse beco sem saída, pra olhar o que existe por detrás desse muro tão alto, e com os meus olhos vi que depois do muro existe uma grande avenida que me leva até a cidade vizinha, que tenho a ligeira impressão e digo quase com certeza que se chama “Dura-E-Doce-Madrid”.
Depois do meu “game-over” psicológico, das minhas limitações internas, eu descobri que existe muito mais do que águas e rochas; existe o meu sorriso de satisfação escondido em um pântano irreal, e ele não existe pra ninguém senão pra mim. Talvez seja porque como eles, os de antes, que não conheciam as belezas das Américas, eu também acreditei demais por um momento no fim. Só que eu não havia aprendido ainda, que não conseguir alcançar com os olhos, senhores, não quer dizer que não há nada mais adiante. Um tempo depois, de maneira espantosa descobri isso, como quem descobre uma América, ou as três de uma só vez.
Evidencio-me em Fisterra, evidencio-me no fim das terras.
Evidencio-me no frio que senti quando cheguei no topo da pedra mais próxima do fim - mas sem molhar meus pés no medo que eu senti de ser tragada por aquilo que não era fim, mas o meu próprio começo-, e aqueles braços claros me envolveram e me ensinaram coisas sobre aquecer-se neles. As surpresas que se escondem detrás das portas que decidimos não abrir às vezes permanecem ali, pacientemente, com os braços abertos, cheios de calor pro frio, esperando que um dia qualquer nos enchamos de valentia pra abri-las e encontrá-las – mas às vezes não.
A espera pela nossa salvação é mais larga quando existe o medo de saltar. As minhas portas eu quero abertas porque eu não sei esperar, quero vê-las escancaradas, batendo com o vento que entra pelas janelas da sala, e fazendo um barulho imenso que não vai me deixar dormir essa noite. Nada de fim. O horizonte é meu. E é do meu amor também.
Evidencio-me em Fisterra também, porque precisei ir com ela ao fim do mundo pra que seu coração se apaixonasse por mim. Pra tropeçar e sentar-me naquelas pedras ásperas, e quase chorar de medo por vê-la destemidamente seguindo adiante.

Vertigo.
Abrázame, cariño, no sigas adelante. Siéntate a mi lado y enamórate de mi ahora que somos solo tú y yo, y las aguas, las rocas, y las Américas al horizonte que no se ve.

Em Santiago eu zombei do fim e caminhei sorrindo sem me preocupar com se chegaria ou não, molhada da chuva que não queria parar de cair. Eu cheguei. Encharcada e sorridente cheguei.
Eles diziam que ali tudo terminava, e eu por quase um segundo acreditei que eles tinham razão. Até que daquela boca eu ouvi dizer que algo havia começado ali, inesperadamente pra ambos, afortunadamente pra mim.
Estou agora mesmo, no meio da noite, sentada no caminho que leva ao suposto fim das terras, e não sei se a sorte quer que eu permaneça aqui por muito ou por pouco tempo. Tenho outra vez vontade de mover-me daqui. Creio que já aprendi a lição do ano.
Tenho a minha mente animada, a despeito de tudo o que desejava que eu me portasse de maneira inversa, estou feliz, sim-senhor!, tenho o meu bem ao meu lado e um milhão de sonhos pra realizar. Tenho comigo o impulso dos navegadores que descobriram que depois do fim existia um mundo novo. Tenho hoje olhos treinados pra ver campos de trigos nesse punhado de grãos que levo escondido e que enche o bolso direito da minha calça jeans; e que ando só esperando o momento correto pra lançá-los no caminho de terra e vê-los crescer depois de morrer sob essas mesmas terras, e depois, sobre elas surgir e ser pão enfim.

O que mais pode querer alguém que tem fé e amor?
Alguém me diga, por favor...


Por Dani Cabrera



**Fisterra, ou Finisterre esta situada nos confins do velho continente em um dos pontos extremos da Europa (o extremo mais próximo da América). Durante milhares de anos acreditou-se que era o fim do mundo, finis terrae e que a cada noite o sol se apagava no mar, num lugar de águas e através do qual se chegava numa região de trevas povoada por monstros marinhos. Mas eles ainda não sabiam, que do outro lado da imensidão azul do Atlântico Norte, os esperava o novo mundo.

jueves, 17 de diciembre de 2009

Sobre Ella...

Ella.
Creo que solo la fuerza con que me sale el pronombre “ella” después de haberla conocido, ya delata cuanto todo tiembla por ella dentro de mí. No sé si ella es una hechicera, no lo sé la verdad… A lo mejor sea un ángel disfrazado de gente, y si es así, el nombre que tiene ya la delata. Tampoco lo sé seguro.
No sé si tengo razón cuando digo que he encontrado, - que tuve la bendita suerte! - de haber encontrado exactamente a la persona que el resto de personas sueñan encontrar. No sé si es ella la persona que todos deberían ser, no sé si soy yo quien soñaba con alguien que hubiera dado los pasos que ella tiene dado, la verdad es que no sé nada.
Solo sé que es ELLA. Y que tengo muy claro en mis pensamientos, que solo al decir la palabra “ella”, teniendo en mente que hoy, para mí, ella es La “Ella” de mi vida, ya tengo en mi interior realizado el sueño de toda persona viviente en esta tierra, la poesía en prosa hecha vida real, la impresión de haber sido saludado un día de esos, sin darse cuenta, por la felicidad.

- Es que a tu lado, mi sol, me siento como si me hubiera tocado la lotería.

Te quiero, sí.

Por Dani Cabrera


“Veio até mim. Quem deixou me olhar assim? Não pediu minha permissão... Não pude evitar, tirou meu ar, fiquei sem chão...”
(Céu, Malemolência)


PS.: Oi pessoal! Se por acaso não entenderem muito bem, avisem-me que eu posto uma tradução. Mas tá facinho, não tá?
PD1.: Para ti, cariño mío, 'pa que veas qué bien voy. Estoy evolucionando. : )

miércoles, 2 de diciembre de 2009

Se Você Disser Que Sim...

Tudo em mim quer brindar você.
O teu espaço está reservado só pra ti, na minha cama, no meu peito, entre os meus braços e na minha vida todinha. Eu abri todas as minhas portas pra ti - a minha alegria será te ver entrar por elas.
Tudo em mim quer celebrar você.
Tens-me feito sentir como quem sonha, apesar de o panorama atual não ser dos mais fáceis de se enfrentar: contigo ao meu lado as más notícias deixam de ter tanta importância, e eu me vejo consumida por essa coisa boa que me faz sentir tão feliz. Eu, que descobri num dia desses que a minha paz se esconde na tua voz, quando dizes que sou eu a tua morena, o teu querer, o teu amor.
Tu és o meu amor e eu quero seguir junto a ti.

Se você disser que sim, a gente vai ganhar o mundo, o peso vai diminuir pela metade - tanto o meu quanto o teu - e vai ser mais fácil ser forte como tu deduzes que sou. É que quando penso em ti eu desejo muito que a vida não acabe nunca mais, a solidão vai embora e fica esse ar de flores, esse cheiro de contentamento, e não vejo outra opção além de seguir em frente com valentia e conquistar o mundo quando tudo ameaça transformar-se em nada.
Se você disser que sim, a gente vai se encontrar de verdade, em sonhos, qualquer dia desses que a saudade nos castiga, seja em meu “Cambados”, ou no teu “Arpoador”. Se você acreditar a gente vai ser um dos poucos que tem e que não perde o que tanta gente anda buscando por aí, e a vida assim já não é tão dura, convenhamos.
Se você disser que sim, o verão vai se estender só pra nos ver felizes, e vamos fazer aquela viagem legal - que ainda só existe nos nossos planos -, pra que conheças meu mundo. E o inverno vai ser bom também, aqui ou ali, e os meus amigos assim também serão teus.
Se você disser que sim, vai ser tão bom lutar por mim e por ti, a tua cama já não vai parecer tão grande como parece ser e eu te prometo tentar ser pra ti o cara mais legal que você já conheceu, mesmo reconhecendo que tu sempre serás muito melhor do que eu possa vir a ser pra ti.
Se você disser que sim, eu vou seguir sendo incondicional como desde o princípio, apesar de todos esses ''ses'' que te escrevi. Porque não foi nada fácil o inicio de tudo, quando todo esse querer era ainda uma semente que se impedia a si mesma de cair na terra e germinar, quando tu ainda não me havias reconhecido e éramos só mais alguém entre milhares de outros alguéns. Mas porque era puro o que eu te queria oferecer, resolvi ter paciência, e esperar o teu tempo. Tenho agora na boca um gosto doce de quem foi vencedor. Eu ganho, tu ganhas, ganhamos os dois.

Tudo aqui te espera hoje, com quase a mesma expectativa que eu.
Tento dormir pro tempo passar mais rápido, mas a minha boca disse que não terá paz até que encontre finalmente a tua.
Cada canto dessa casa está agora mesmo chamando o teu nome - nome de anjo disfarçado.
E o que me faz sorrir bonito, assim feito boba, é que eu sei que tu vais chegar, e contigo vem a tranquilidade que eu preciso pra dormir como uma criança que não tem com que se preocupar.

Se você disser que sim, os maus momentos vão ser passado, história pra contar e só.
Tempestade procedida de um dia de sol.
Primavera depois do inverno.
Com força vamos..., contigo eu vou.

Ah, se você disser que sim... ;D


Por Dani Cabrera


"Sim são três letrinhas, todas bonitinhas, fáceis de dizer, ditas por você, nesse teu sim assim...".
(Marisa Monte, Três Letrinhas)



Boa Viaxe, meu ben...

2019

Echarte de menos en una tarde como esta, sabiendo que vendrás – que en un par de horas entrarás por la puerta de nuestra casa. Por aqu...