domingo, 26 de octubre de 2008

Do Que Há de Passar...

Para ler ao som de Le Banquet, de Yann Tiersen,

E sobreviverá...
Porque coração é assim mesmo, senhores, faz e ouve somente aquilo que lhe convém.
Sobreviverá porque desconstruir não é coisa tão simples quando se trata de um Amor como este, cheio de lantejoulas e coisas bonitas, de momentos ímpares, de cumplicidade e de vontade de ir em frente, a qualquer lugar. Apenas ir, ainda que não se tenha intenção de chegar – e não há -, apenas ir pra sempre: junto.
Sobreviverá pela cintilância dos olhos, pelo vento gelado no estômago, pelo peito acelerado, pela vontade de gritar pro mundo inteiro e as galáxias mais próximas ouvirem. Sobreviverá pelas mãos que se buscam, pelos sorrisos que não se pode conter, pelas lembranças eternizadas, pelas vontades insistentes, pelo querer, por ser tão puro. Porque os dias de chuva não duram pra sempre, e um dia novo sempre raia depois de uma noite difícil. Porque o inverno é frio, mas anuncia a primavera, e tudo muda depois. Tudo muda.
Sobreviverá porque até o nosso campo quando seca, e os nossos girassóis quando aluam, permanecem belos e vigorosos, felizes, firmes como o que carregamos no peito; sobreviverá.
Porque eu que antes andava como um cego de olhos e de alma, mas hoje eu vejo cores, vejo a possibilidade de um futuro Feliz, crio sons, crio palavras assim. Porque hoje a minha vida que era choro tornou-se poesia e esperança. Por isso e mais, sobreviverá.

Sobreviverá aos trancos e aos barrancos.

So-bre-vi-ve-rá.
(Porque o mundo ainda favorece o que há de bom, ainda que tarde.)


Por Dani Cabrera

martes, 14 de octubre de 2008

Da Saudade Que Me Dá - Parte II

Quando falo sobre sentir saudades, não falo como quem apenas gostaria de ter-te a vista naquele tempo. Tampouco como na conversa evasiva dos que não dão a mínima para os segundos um do outro.

Quando falo de saudade, falo de corpo tremulante como bandeiras hasteadas, falo de ser como menino com febre decorrente daquele sabiá capturado de resolveu ir viver perigosamente na terra – ou na selva - dos livres-demais. Falo sobre coração apertado, sobre frio em pleno meio dia de verão com edredons europeus, falo de boca seca e de assuntos que lembram um mesmo nome. Quando digo que de ti tenho saudades, não o falo para prender tua alma à minha – uma vez que eu não tenho duvidas de que já está – nem digo pra que a lisonja te acompanhe e crie um ambiente agradável. Isso nem cabe mais nesse espaço vermelho de tanto amor...

Entre as coisas que mais amo nessa nossa eterna história, estão os momentos que você sussurra eu-te-amo-demais com cara de criança levada, quando todos desviam os olhos de nós, e numa atmosfera como a de esconde-esconde, só nos vemos a nós e todos os outros “tudo” convertem-se em “nadas”.
Quando as palavras que só pra nós tem sentido relevante – nossos códigos secretos - nos fazem rir no meio de mil ou dez mil que não fazem a mínima idéia do que se passou. É nesse momento que você é só de mim e eu só de você.
E eu amo quando os teus olhos brilham e refletem os meus e quando teu sorriso se torna espesso e esplendido diante daquelas nossas flores, ou daquelas nossas músicas, ou daquelas nossas letras, ou daquelas nossas cores... Daquelas nossas cidades, daqueles nossos nomes...
Daqueles nossos números.
Dos nossos planos loucos (e lindos!).
Porque és quem me faz a pessoa mais feliz de todas as eras quando, ainda que fabulosamente, me diz que teremos um lugar só pra nós naquele lugar que eu gosto tanto, e quem dia tudo isso vai passar e que tudo vai ficar bem. Minha alma estremece quando da tua boca ouço os planos que tens pra nós, quando dizes que sim - faremos aquela viagem praquele lugar bacana, e que sairemos por aí, quilômetros afora em busca de tesouros perdidos e de campos de girassóis.
Amo a tua voz macia e as tuas palavras de algodão-doce, a textura da tua pele, o teu cheiro e o cuidado com que trata o meu coração.

Ao teu lado sempre será o melhor lugar do mundo.


Por Dani Cabrera

sábado, 4 de octubre de 2008

Da Vontade de Um Futuro Nosso...

Por detrás de tanto, ou melhor, nenhum esclarecimento sobre as coisas essenciais da vida havia aquele botão preparado, pronto pra disparar e contribuir com esperança num mundo tão agorado de coisas feias. Porque um bocado de otimismo não faz mal a ninguém, adirá de sonhos assim como o que ando sonhando mundo a fora...

Porque a saudade é tão grande que chego sussurrar teu nome no setor de xampus do supermercado, te pedindo pra pegar um que sirva pra nós,mesmo sabendo que você não está ali. E não é que seja loucura, mas um ensaio pros dias que estiveres comigo do outro lado do mar. É que o ambiente muda por completo quando o teu nome é simplesmente mencionado, flores quebram a sequidão do chão, nascentes jorram aquilo que de mim você faz jorrar... E nesse instante tudo existe, e eu não sei dizer... Por isso digo teu nome pelas ruas, assim baixinho como costumo falar aquelas nossas coisas no telefone ou no teu ouvido – ou com os meus olhos apenas, e você sabe lê-los muito bem.

Por isso tenho vontade de escrever teu nome em néon lilás e rosa pela cidade inteira, e arrisco escrever a nossa eternidade naquela torre famosa da Cidade do Amor. Te prometo que nossos resquícios estarão por ali também. Por isso todas as flores, até aquelas dos caminhos de pedra, me fazem lembrar você e esse teu sorriso certeiro, meu antídoto pra tristeza. Por isso todas as coisas mais lindas têm nelas o teu rosto e o teu som gravado, o teu cheiro no ar, e aquele teu olhar que eu finjo pra você que não entendo o que quer me dizer.

Enquanto isso, enquanto não estás aqui, vou caminhando assim, deixando um pouco de ti em cada lugar que vou, em cada escada, em cada esquina e nas grades dos prédios que eu ainda gosto de tocar quando vou pela calçada andando e pensando: bobo pela sorte que tive em te encontrar num mundo tão-tão cheio de possibilidades e improbabilidades.
Te achei!
Ainda bem...
Agora estou tranqüilo.
Te celebro dia após dia como se tivesse acabado de te encontrar.

Porque tu sigues siendo mi rayo de sol al amanecer - aunque allá de las fronteras - y tu amor la fuerza que tengo para seguir adelante,por mi y por ti. Por nuestro campo de girasoles. : )


Por Dani Cabrera

2019

Echarte de menos en una tarde como esta, sabiendo que vendrás – que en un par de horas entrarás por la puerta de nuestra casa. Por aqu...