Sou forasteiro onde quer que eu esteja, sou um vaso de flor numa praça em Kabul. Sou cantiga de roda no final da tarde. Eu sou pedra polida que corta o vento e salta sobre o mar. Sou riso, sou cheiro, sou tato e instinto. Um príncipe sem nome viajante entre galáxias. Onda que quebra contra as rochas, sou quem transforma tudo em cinzas. Sou metade força e metade fraqueza: metade de mim é feita de falhas, a outra metade é de perfeição.
Eu sou a folha seca que despega do galho, que cai e se vai. Eu sou o amor do meu amor, sou o sonho esquecido, empoeirado, que volta a acender os ânimos, a exercitar o querer. Eu sou o trabalho árduo e a sua boa recompensa, sou o gigante bobo da aldeia dos minúsculos duendes. Sou torrente de água que chove do céu, eu sou você quando sentes sede, posso ser água quando te sacias. Sou o Brasil de 1499, sou índio e sou homem branco; sou samba, sou bossa, sou choro e boêmia. Sou o jornal pela manhã, torrada e café.
Sou tentativa, sou predicado, o clamor que não cessa, sou voz que não cala, indigente, fumaça suspensa no ar. Sou tua vontade de justiça, teu desejo de igualdade, tua indignação com a ignorância. Sou bicho humano, não como escolhi, mas o que decidi corajosamente fortalecer.
Posso ser tudo isso, e aquilo e algo mais, ou algo menos.
Mas pra ela, senhores, eu sou o Amor.
Por Dani Cabrera
¿Bailaches Carolina?
- Bailei, si señor.
- Dime con quen bailache.
- Bailei co meu amor!
- Bailei, si señor.
- Dime con quen bailache.
- Bailei co meu amor!
Já dizia Oswaldo Montenegro.
ResponderEliminar"Porque metade de mim é amor
E a outra metade também."
Abraços Dani
Gostei muito daqui, já te sigo.
ResponderEliminarVai conhecer meu blog: www.odeliriodabruxa.blogspot.com
Beijo
Denise
Quase que consigo ouvir "Esquadros" enquanto lia o teu texto.
ResponderEliminarPerfeito!
Beijo enorme, flor. Adoro tudo o que escreves. ;*
Gente! Que isso? Lindo lindo lindo lindo...Forte, e doce.
ResponderEliminarTe seguirei.
Com sinceridade,
L.