
Que aquele sorriso outrora desperdiçado salvou os meus dias,
Colhi-os um a um, daqueles que deixaram cair pelo chão...
E aquela alma opaca (que tudo via em preto e branco)
Passou a amar como nunca o fez até então.
E o coração esmiuçado era outra vez um inteiro!
Mais ainda num mundo com tanta gente gelada,
Mas entre os meus maiores orgulhos de ti
Está o de teres confiado em mim primeiro – devo-te essa!
E confiar como eu não sei se poderia fazer
No nosso princípio, (sim!) no arraigar da tua bandeira no meu peito:
Terra conquistada é terra conquistada e fim de papo!
Foi naquele tempo que encontrei no teu rosto o tal tesouro escondido
E nos abraços o cobertor de lã que afastaria o frio do meu inverno interno.
Foi ali que desejei pela primeira e última vez não receber mais uma chance
(Mas a tive “goela abaixo”, ainda bem!)
Pra viver tudo diferente, sentir tudo de outro modo...
Foi ali que eu me perdi pra você completamente e para todo o sempre.
Foi assim que eu quis outra vez viver!
Buscando cura pros que já ouvem o tilintar do fim dos seus tempos.
Mas se eles soubessem da cura que há na luz daquele olhar!
Ah! Se eles soubessem do efeito daquele sorriso!
Cá entre nós:
Aquela é minha cura!
Os olhos apagados refletem mais que a luz do sol,
E por mais fria que a terra esteja, aqui é sempre primavera.
Por Dani Cabrera