domingo, 27 de diciembre de 2009

Sobre Fisterra, Novos Horizontes e O Amor...

"No fondo do mar,
¿onde están as chaves?
Procurando o ferrollo
e as portas.
-Desde dentro de ti isto non se abre-."

(A fin de Fisterra, Cesar Antonio Molina)

Eles pensaram que tudo terminava ali, mas não.
Eles queriam me empurrar do alto daquele precipício, porque sabem que não sei nadar, e tampouco tenho asas como minha amada Clarice. Mas eu não preciso saber nadar, e também não preciso de asas. Eu quero é mover-me daqui, ainda que seja pra consolidar a minha paz no fundo desse mar gelado. A minha paz nunca morre.
Eles acreditaram que depois do abismo haveria água somente, fins decretados e rochas, acreditavam que seguir o horizonte seria voltar a si mesmo sem conquistar coisa alguma. Eles que vinham do oriente juravam que o fim do trajeto era ali, o fim da vida pra quem decidisse seguir adiante, o fim das terras. Fisterra**.
Pobres são os que só acreditam no que vêem.
(Alguém me ensina a aplicar isso, por favor?).
A questão, meus amigos, é que sempre existiu a possibilidade do inicio de todas as coisas enquanto os nossos olhos se dedicavam a acreditar no fim. Explico-me: é que ironicamente, o inicio de tudo parece dar-se exatamente onde pensamos que tudo termina. E eu sei que é difícil ser tão forte, o medo domina quando temos que submeter-nos aos limites com a responsabilidade de sobreviver. Mas a minha inquietude me fez subir numa caixa de madeira quase podre, abandonada no fim desse beco sem saída, pra olhar o que existe por detrás desse muro tão alto, e com os meus olhos vi que depois do muro existe uma grande avenida que me leva até a cidade vizinha, que tenho a ligeira impressão e digo quase com certeza que se chama “Dura-E-Doce-Madrid”.
Depois do meu “game-over” psicológico, das minhas limitações internas, eu descobri que existe muito mais do que águas e rochas; existe o meu sorriso de satisfação escondido em um pântano irreal, e ele não existe pra ninguém senão pra mim. Talvez seja porque como eles, os de antes, que não conheciam as belezas das Américas, eu também acreditei demais por um momento no fim. Só que eu não havia aprendido ainda, que não conseguir alcançar com os olhos, senhores, não quer dizer que não há nada mais adiante. Um tempo depois, de maneira espantosa descobri isso, como quem descobre uma América, ou as três de uma só vez.
Evidencio-me em Fisterra, evidencio-me no fim das terras.
Evidencio-me no frio que senti quando cheguei no topo da pedra mais próxima do fim - mas sem molhar meus pés no medo que eu senti de ser tragada por aquilo que não era fim, mas o meu próprio começo-, e aqueles braços claros me envolveram e me ensinaram coisas sobre aquecer-se neles. As surpresas que se escondem detrás das portas que decidimos não abrir às vezes permanecem ali, pacientemente, com os braços abertos, cheios de calor pro frio, esperando que um dia qualquer nos enchamos de valentia pra abri-las e encontrá-las – mas às vezes não.
A espera pela nossa salvação é mais larga quando existe o medo de saltar. As minhas portas eu quero abertas porque eu não sei esperar, quero vê-las escancaradas, batendo com o vento que entra pelas janelas da sala, e fazendo um barulho imenso que não vai me deixar dormir essa noite. Nada de fim. O horizonte é meu. E é do meu amor também.
Evidencio-me em Fisterra também, porque precisei ir com ela ao fim do mundo pra que seu coração se apaixonasse por mim. Pra tropeçar e sentar-me naquelas pedras ásperas, e quase chorar de medo por vê-la destemidamente seguindo adiante.

Vertigo.
Abrázame, cariño, no sigas adelante. Siéntate a mi lado y enamórate de mi ahora que somos solo tú y yo, y las aguas, las rocas, y las Américas al horizonte que no se ve.

Em Santiago eu zombei do fim e caminhei sorrindo sem me preocupar com se chegaria ou não, molhada da chuva que não queria parar de cair. Eu cheguei. Encharcada e sorridente cheguei.
Eles diziam que ali tudo terminava, e eu por quase um segundo acreditei que eles tinham razão. Até que daquela boca eu ouvi dizer que algo havia começado ali, inesperadamente pra ambos, afortunadamente pra mim.
Estou agora mesmo, no meio da noite, sentada no caminho que leva ao suposto fim das terras, e não sei se a sorte quer que eu permaneça aqui por muito ou por pouco tempo. Tenho outra vez vontade de mover-me daqui. Creio que já aprendi a lição do ano.
Tenho a minha mente animada, a despeito de tudo o que desejava que eu me portasse de maneira inversa, estou feliz, sim-senhor!, tenho o meu bem ao meu lado e um milhão de sonhos pra realizar. Tenho comigo o impulso dos navegadores que descobriram que depois do fim existia um mundo novo. Tenho hoje olhos treinados pra ver campos de trigos nesse punhado de grãos que levo escondido e que enche o bolso direito da minha calça jeans; e que ando só esperando o momento correto pra lançá-los no caminho de terra e vê-los crescer depois de morrer sob essas mesmas terras, e depois, sobre elas surgir e ser pão enfim.

O que mais pode querer alguém que tem fé e amor?
Alguém me diga, por favor...


Por Dani Cabrera



**Fisterra, ou Finisterre esta situada nos confins do velho continente em um dos pontos extremos da Europa (o extremo mais próximo da América). Durante milhares de anos acreditou-se que era o fim do mundo, finis terrae e que a cada noite o sol se apagava no mar, num lugar de águas e através do qual se chegava numa região de trevas povoada por monstros marinhos. Mas eles ainda não sabiam, que do outro lado da imensidão azul do Atlântico Norte, os esperava o novo mundo.

jueves, 17 de diciembre de 2009

Sobre Ella...

Ella.
Creo que solo la fuerza con que me sale el pronombre “ella” después de haberla conocido, ya delata cuanto todo tiembla por ella dentro de mí. No sé si ella es una hechicera, no lo sé la verdad… A lo mejor sea un ángel disfrazado de gente, y si es así, el nombre que tiene ya la delata. Tampoco lo sé seguro.
No sé si tengo razón cuando digo que he encontrado, - que tuve la bendita suerte! - de haber encontrado exactamente a la persona que el resto de personas sueñan encontrar. No sé si es ella la persona que todos deberían ser, no sé si soy yo quien soñaba con alguien que hubiera dado los pasos que ella tiene dado, la verdad es que no sé nada.
Solo sé que es ELLA. Y que tengo muy claro en mis pensamientos, que solo al decir la palabra “ella”, teniendo en mente que hoy, para mí, ella es La “Ella” de mi vida, ya tengo en mi interior realizado el sueño de toda persona viviente en esta tierra, la poesía en prosa hecha vida real, la impresión de haber sido saludado un día de esos, sin darse cuenta, por la felicidad.

- Es que a tu lado, mi sol, me siento como si me hubiera tocado la lotería.

Te quiero, sí.

Por Dani Cabrera


“Veio até mim. Quem deixou me olhar assim? Não pediu minha permissão... Não pude evitar, tirou meu ar, fiquei sem chão...”
(Céu, Malemolência)


PS.: Oi pessoal! Se por acaso não entenderem muito bem, avisem-me que eu posto uma tradução. Mas tá facinho, não tá?
PD1.: Para ti, cariño mío, 'pa que veas qué bien voy. Estoy evolucionando. : )

miércoles, 2 de diciembre de 2009

Se Você Disser Que Sim...

Tudo em mim quer brindar você.
O teu espaço está reservado só pra ti, na minha cama, no meu peito, entre os meus braços e na minha vida todinha. Eu abri todas as minhas portas pra ti - a minha alegria será te ver entrar por elas.
Tudo em mim quer celebrar você.
Tens-me feito sentir como quem sonha, apesar de o panorama atual não ser dos mais fáceis de se enfrentar: contigo ao meu lado as más notícias deixam de ter tanta importância, e eu me vejo consumida por essa coisa boa que me faz sentir tão feliz. Eu, que descobri num dia desses que a minha paz se esconde na tua voz, quando dizes que sou eu a tua morena, o teu querer, o teu amor.
Tu és o meu amor e eu quero seguir junto a ti.

Se você disser que sim, a gente vai ganhar o mundo, o peso vai diminuir pela metade - tanto o meu quanto o teu - e vai ser mais fácil ser forte como tu deduzes que sou. É que quando penso em ti eu desejo muito que a vida não acabe nunca mais, a solidão vai embora e fica esse ar de flores, esse cheiro de contentamento, e não vejo outra opção além de seguir em frente com valentia e conquistar o mundo quando tudo ameaça transformar-se em nada.
Se você disser que sim, a gente vai se encontrar de verdade, em sonhos, qualquer dia desses que a saudade nos castiga, seja em meu “Cambados”, ou no teu “Arpoador”. Se você acreditar a gente vai ser um dos poucos que tem e que não perde o que tanta gente anda buscando por aí, e a vida assim já não é tão dura, convenhamos.
Se você disser que sim, o verão vai se estender só pra nos ver felizes, e vamos fazer aquela viagem legal - que ainda só existe nos nossos planos -, pra que conheças meu mundo. E o inverno vai ser bom também, aqui ou ali, e os meus amigos assim também serão teus.
Se você disser que sim, vai ser tão bom lutar por mim e por ti, a tua cama já não vai parecer tão grande como parece ser e eu te prometo tentar ser pra ti o cara mais legal que você já conheceu, mesmo reconhecendo que tu sempre serás muito melhor do que eu possa vir a ser pra ti.
Se você disser que sim, eu vou seguir sendo incondicional como desde o princípio, apesar de todos esses ''ses'' que te escrevi. Porque não foi nada fácil o inicio de tudo, quando todo esse querer era ainda uma semente que se impedia a si mesma de cair na terra e germinar, quando tu ainda não me havias reconhecido e éramos só mais alguém entre milhares de outros alguéns. Mas porque era puro o que eu te queria oferecer, resolvi ter paciência, e esperar o teu tempo. Tenho agora na boca um gosto doce de quem foi vencedor. Eu ganho, tu ganhas, ganhamos os dois.

Tudo aqui te espera hoje, com quase a mesma expectativa que eu.
Tento dormir pro tempo passar mais rápido, mas a minha boca disse que não terá paz até que encontre finalmente a tua.
Cada canto dessa casa está agora mesmo chamando o teu nome - nome de anjo disfarçado.
E o que me faz sorrir bonito, assim feito boba, é que eu sei que tu vais chegar, e contigo vem a tranquilidade que eu preciso pra dormir como uma criança que não tem com que se preocupar.

Se você disser que sim, os maus momentos vão ser passado, história pra contar e só.
Tempestade procedida de um dia de sol.
Primavera depois do inverno.
Com força vamos..., contigo eu vou.

Ah, se você disser que sim... ;D


Por Dani Cabrera


"Sim são três letrinhas, todas bonitinhas, fáceis de dizer, ditas por você, nesse teu sim assim...".
(Marisa Monte, Três Letrinhas)



Boa Viaxe, meu ben...

martes, 17 de noviembre de 2009

Sobre Mim...

Pode ser que eu não seja aquilo que sonharam pra ti.
Mas eu sou quem anda sonhando contigo de dia e de noite, acordada e dormindo, desde o dia em que te reconheci. Ando sonhando e desejando muito que essas duas imensas semanas passem bem depressa pra que eu possa sair por essas ruas vestida com brilho nos olhos, o meu melhor sorriso e o casaco que você tanto gosta, toda cheia de mim mesma e de ti, eufórica, a caminho da estação pra te encontrar, enfim.
Pode ser que a minha insistente diplomacia não seja a que se pensava, e talvez o meu sorriso não seja o que esperavam ver pintado ao lado do teu numa foto qualquer, de um desses dias que temos o dom de transformar em dias especiais...
Pode ser que realmente a distância seja um pouco grande pra tanta fome de presença, mas onde for preciso ir pra te encontrar, ali eu estarei, até o dia em que eu chegar pra não mais partir.
Talvez eu não seja mesmo o melhor dos partidos.
Eu não tenho um anel de diamantes pra te presentear, não tenho um chalé em Ibiza, e sei que não é nada disso o que te faz sentir completa.
Mas pede o que quiser como quem pede um sonho e eu sou capaz de conseguir por ti.
Eu sim sou, como dizes, a-f-o-r-t-u-n-a-d-a, e também já não sinto dor, desde que tu chegaste com teus lindos olhos grises pra remontar o que em mim já não tinha forma alguma.
Eu não sou o maior gênio de todos os tempos, e não sou a menina mais bonita da minha rua.
Eu sou alguém que, se jogou nos braços do acaso, e que por sorte, muita sorte, te encontrou no meio de tanta dúvida e improbabilidade. E mesmo sem entender, quero estar ao teu lado, porque é aí onde eu me sinto mais forte, mais feliz, como quem encontrou o seu lugar.
Eu não tenho um castelo e um trono pra te oferecer.
Eu não tenho um carro do ano, também não tenho um cavalo branco.
Mas o que tenho e terei de mais valor já te está entregue.

Meu coração, meu bem,...
É teu, todinho teu.


Por Dani Cabrera


Deve de ser cisma minha, mas a única maneira ainda de imaginar a minha vida é vê-la como um musical dos anos 30. E bem no meio de uma depressão, te ver e ter beleza e fantasia. E hoje em dia, como é que se diz ¨eu te amo¨?

(Vamos Fazer Um Filme, Renato Russo)

miércoles, 4 de noviembre de 2009

Sobre O Que Convém...

Vem.
Chega mais perto de mim.
Tira a tua roupa, tuas reservas físicas e morais. As minhas eu já tirei.
Baixe a tua guarda e se doa, confia no acaso e pensa que dessa vez sim, que pode ser diferente. Ou se mantenha vestida enquanto não se sentir suficientemente à vontade pra isso. Mas vem, chega mais perto de mim.
Chega mais perto e sem temer, porque o que eu levo aqui escondido é feito de luz e pureza, é lúcido, é pão, e você pode vir e matar a tua fome. Vem sem se preocupar em ter que se defender do improvável, porque o que eu levo aqui dentro é fresco e cristalino, é água, você pode vir, matar a tua sede e submergir. Dê apenas mais dois passos a diante pra ter mais acesso.
Chega mais perto de mim.
E quando chegar agarre as minhas mãos com força, e me olhe nos olhos antes que qualquer outra coisa nos tire a atenção, e faz assim a minha alma estremecer por inteiro, porque por fora eu sou uma fera, mas tenho coração de perdiz. Faça-me perder a minha paz, aquela que eu achei que todas as pessoas tinham menos eu, aquela paz batalhada, suada..., e roube de mim toda a minha auto-suficiência. Que me confundas por dentro, e que me faças perder o sono de madrugada. Leva de mim tudo o que puder. Entra, me saqueia, me devaste, sente-se à mesa e a deixe completamente vazia. Me consuma. E não suma.
Abra as minhas cortinas pra que o sol entre de novo, arranque todas as teias de aranhas do meu teto, mude o sofá de lugar, aparte os moveis e dance no meio dessa sala de estar (como se ela fosse) só tua. No lugar das flores murchas, dentro do jarro de bronze que estava sobre a mesa, coloque girassóis outra vez, perfuma a casa inteira com o teu perfume, pinte tudo com a tua cor predileta.
Chega mais perto, faz impregnar o teu cheiro em mim, escreve o teu nome embaixo da minha janela, vira todos os quadros de ponta cabeça e me descobre nas noites mais frias pra que eu deseje que o teu abraço me aqueça. Deixe o teu rastro pela casa, uma tolha molhada sobre a minha cama, a tua marca na parede do meu quarto e me abrace apertado com esses teus braços claros, outra vez. Pressione o meu peito até que eu não consiga mais saber onde termina o meu coração e onde começa o teu.
Chega mais perto.
Me beija sem pressa, toca meu rosto com a ponta dos teus dedos frios e me desafia, me deixe sem ar. Que sejas tempestade, sejas ventania.
Me diz qualquer coisa que me faça saber-te alimentada.
Qualquer palavra que me faça sentir viva outra vez.


Só não deixe que tudo isso se perda, que vire pó, que vire nada.


Por Dani Cabrera

lunes, 26 de octubre de 2009

Sobre Alguém Que Não é Comum...


Era uma vez a menina que não sabia mentir.

E eu gostava de vê-la por detrás da queda d'água, gostava de ver também a queda d'água de dentro dos olhos dela cada vez que ela dizia uma das suas milhões de verdades. A menina que não sabia mentir acreditava num mundo diferente, diferente inclusive de todos os mundos que já imaginei e precisei criar pra poder seguir intacta no meio desse roseiral cheio de beleza que se esconde entre espinhos.
A vida é assim, o que há de melhor sempre se esconde entre as dificuldades. Não se pode evitar a queda que precede o levantar, não há prazer nas viagens mais simples, não há felicidade sem a coragem de enfrentar a possibilidade de ganhar ou perder. Falo dos espinhos do roseiral. Mas não é sobre isso que quero falar. Quero falar-vos sobre a menina que não sabia mentir. Mas preciso recomeçar, sinto que não comecei como deveria.
Era uma vez a menina que não sabia mentir. E eu gostava de vê-la dormir enquanto pensava em toda a inquietude que ela me causava por dentro. A menina que não sabia mentir parecia quase sempre com um grande-pequeno-amigo de Antoine Saint Exupéry, e isso me fazia por vezes ter muito medo de parecer-me no final com uma raposa, mas com fé digo que não. Ela também tinha cabelos como os campos de trigo, e os olhos cheios de uma força que eu finjo não saber de quê. Uma cortina talvez, quem sabe...
Era uma vez a menina que não sabia mentir e uma rosa murcha roubada do canteiro da frente do único bar legal da rua inteira, uma quinta-feira que me fez feliz e eu. Era uma vez meu polegar rasgado, meu coração entregue, e a menina que não sabia mentir. Era uma vez Madrid-tão-grande-tão-duro-e-sem-encanto, a menina que não sabia mentir e eu, céu azul e vento frio, muito frio. Coração quente, muito quente. Satisfeito. Era uma vez eu, que gostava de ir ao lado da menina que não sabia mentir, eu que já havia aprendido a não sentir dor causada pelos extremos, nem extrema mentira, nem extrema verdade, porque isso também pode ferir às vezes. Eu que sempre me interessei pelo não dito, pelo que se esconde detrás das palavras explicadas, pelas verdades preservadas. Era uma vez meus abraços, os abraços dela, te-quiero-mucho e meu interesse de ir a qualquer lugar que me levasse pra mais perto da menina que não sabia mentir.
Era uma vez, e eu não sei o que virá depois disso nessa história... Só sei que quero muito que venha qualquer coisa bonita que nos faça continuar acreditando e remando até a outra extremidade desse rio que pode ser muito raso ou muito fundo, não se sabe ainda. Quero que depois do era-uma-vez exista uma semana bonita em Granada, Barcelona ou Paris, quero saber que houve olhos-nos-olhos sempre e quero que no final esteja escrito que foram-felizes ainda que não seja para-sempre, depois de um tempo a gente entende que isso não é o mais importante.
O importante hoje é ir assim, sabendo que faço parte de um era-uma-vez que tem a possibilidade de me transformar em alguém melhor do que sou, e que ao meu lado está a menina que não sabia mentir.

Por Dani Cabrera

sábado, 26 de septiembre de 2009

De Tudo O Que Segue...


Creio que foi a sua capacidade de me deixar feliz em questão de segundos. Ou o caminhar despreocupado, o piscar de olhos um tanto lento, a voz firme e arrastada como de quem a qualquer momento vai soltar um riso ainda que a situação seja das mais constrangedoras. Foram os olhos cinzas (e doces), que de tão profundos me fazem por vezes tremer; e por como agarras as minhas mãos sem se importar com nada mais em volta no mundo inteiro.
Deve ter sido a maneira em que te apóias no meu braço esquerdo pra dormir o que me tem feito querer-te tanto, mas tanto, a ponto de doer a cada vez que eu tenho que entrar no trem e te deixar do outro lado da janela na plataforma. Ou a maneira como acendes teu cigarro pra descansar depois de, e me ensinar tuas palavras... e aprender as minhas. E rir. É por me fazer confrontar a mim mesma, e perceber que algumas coisas como a vergonha que sinto de tudo não tem a mínima utilidade. É esse teu sorriso rouco que não me deixa te esquecer, e o teu interesse por um par de coisas minhas que eu mesma julgava desinteressante.
Pode ser a tua capacidade de me chamar de linda pela manhã, quando a beleza produzida se esvai por completo e só fica a humanidade, ali exposta. Foram coisas assim e outras coisas que segues sendo o que me faz largar tudo e ir ao teu encontro, eu atravesso o mundo quando a saudade aperta.
São coisas assim que te tem feito tão amável a ponto de “escuecer” o peito só de pensar na possibilidade de não encontrar mais o teu abraço no meio da noite quando sonho que o mundo é só guerra e dor. É a tua força, e como encaras a vida de forma crua; a tua esperança naquilo que é palpável, e como me olhas – e me paralisa a alma - quando ninguém vê. Porque eu amo a verdade que vive no teu olhar, amo a tua coragem e esse punhado de coisas até então impossíveis que eu encontrei quando te conheci. E te digo que não espero nada além de um amanhã tranqüilo e que eu sinta paz toda vez que pensar em ti. Quanto a ti, que sintas paz quando pensares em mim. E sim, quero ser quem você lembra quando tem a certeza de que não estás só.
O que fica é esse gosto doce, e umas gotículas ácidas por medo de que tanta novidade me faça sucumbir detrás de uma cortina de fumaça negra, mas não.
Ficam as lembranças dos dias em desaparecíamos do mundo inteiro e o mundo então era só você e eu, e essa expectativa no meu peito de que as semanas vão passar bem depressa e que dentro de quase um mês estaremos de mãos dadas outra vez, chutando o mundo, rindo da vida e distraindo o tempo.
Fica esse “te quiero” agarrado na minha garganta toda vez que eu lembro de ti. E te digo isso ainda que não me possas ouvir sempre.
Fica a esperança verde, como a tua cor predileta.
Fica tua preferência pelo mosto e a minha pelo “te-olhar-enquanto-matas-a-tua-sede”.
Fica a noite na praia; você no meu quarto, os meus quilos a menos e os teus a mais, estar ao teu lado no dia em que completaste 22...
Fica a noite linda no farol velho da rainha aprisionada de Cambados e teu rosto gravado na minha memória de todas as vezes que eu te olhava pasmando e você não entendia o porquê. Ficam os pares de filmes que vimos e os milhares que planejamos ver e ainda não conseguimos. As músicas que te vi dançar à tua maneira, e a minha timidez quando pedes que eu dance pra ti, fica o nosso baile nosso ao som do silêncio.
Fica tua fascinação por Coixet, Sinead e Kidman. Os nove filhos, e a grande Madrid que me trouxe você, e que não me há de tirar-te.
Fica na memória como avisos pregados na geladeira o lembrete para os banhos do Bob.
Fica aqui comigo o teu cheiro que amo e a espera para o dia em que regressares.
Fica Luar na Lubre, cantando “Ancares” enquanto esse tempo não chega.
(Por quien suspiras? La despedida es corta la ausencia larga, quiero que te diviertas y no me olvides, prenda del alma).
Fica tudo o que eu não sentia, e que tu com teus encantos despertaste, puseste cor, puseste vida.
E eu não vou te buscar onde eu sei que não estarás e quando chegar o tempo de te ver de novo, que habite em ti a certeza de que eu estou realmente feliz por isso.

Te desejo sorte, muita sorte.
Me desejo sorte, muita sorte, semelhante a que te desejo a ti.
Que a tenhamos, pois.


Dani Cabrera



“Meu bem, qualquer instante que eu fico sem te ver, aumenta a saudade que eu sinto de você. Por isso eu corro demais, só pra te ver. Se você está ao meu lado eu só ando devagar, esqueço até de tudo não vejo o tempo passar, mas se chega a hora de pra casa eu te levar, corro pra depressa outro dia ver chegar. Então eu corro demais, só pra te ver. Se você vivesse sempre ao meu lado não teria motivos pra correr e devagar eu andaria. Eu não corria demais, agora eu corro demais, corro demais só pra te ver”. (A. Calcanhoto)

miércoles, 9 de septiembre de 2009

Dos Dias Que Virão...

Poderia ser tudo mais fácil e menos feliz se tivéssemos nos desencontrado naquele dia em que você chegou na minha vida, mas por ventura não foi assim. Desde que tu chegaste, o meu silêncio se transformou em grito. E foi entre o primeiro e o terceiro encontro que o meu coração perdeu a paz de ser o único dono de si.
Lembro que chegaste numa quinta-feira improvável, de calor sem sol, céu sem azul, com teus olhos cinza e eu não te reconheci. Não como te reconheço hoje, com todas as cores que agora vejo e que antes eu não percebia. Reconhecia somente o que era relativo às minhas expectativas sobre tudo que encontraria na grande Madri, sobre a minha impaciência na fila de um aeroporto cheio de pessoas - que eu pensava que tu eras só mais uma delas-, e sobre as dúvidas e frustrações da noite anterior: foi justo quando eu pensei que eu realmente não tinha sorte nenhuma que você chegou pra me mostrar que eu estava equivocada.
No dia em que você chegou, a sorte estava na fila ao lado, acenando pra mim e apontando em tua direção, como quisesse me mostrar ou me dizer algo que eu não entendia. Lembro que quando tive a oportunidade de te reconhecer no primeiro momento, quando estávamos a sós, eu e você, eu senti sede e me fui sem pensar duas vezes, com minha música e minha melancolia - e te deixei ali sozinha. Eu só te reconheci um dia antes de ter que me despedir de ti outra vez, como se o acaso, ou a natureza (como você preferir chamar), não pudesse ser contrariado, como se tivesse realmente que acontecer, ainda que tarde. MAKTUB. Porque antes disso era como se alguém soprasse ou sussurrasse algo que eu não entendia a cada vez que você aparecia na porta do meu quarto e se sentava ao meu lado. Eu devia suspeitar que todo aquele riso que você me causava não era lá dos mais comuns.
Desde que você chegou na minha vida eu tenho tido a sensação de que o tempo de uma vida inteira é pouco demais pra tudo que se pode ser, criar e tentar; uma semana é como um segundo ao teu lado. Tenho sentido uma fome louca de tudo, de respirar fundo e aproveitar a vida, de aproveitar você. E não me intimidam esses quatrocentos quilômetros que estarão entre nós. Eu estarei em ti, e tu aqui estarás – dentro - cultivada em mim como se fosse flor. E as lembranças dos dias em que estivemos juntas serão como força incontrolável pros dias que eu, sem pensar em nada além de ti, vou correr pro aeroporto e entrar no primeiro avião que me leve até você, pra estar em paz outra vez. Porque do teu lado eu me sinto como quem sonha, como se precisasse de muito-pouco-quase-nada pra estar completa. Não sinto fome, não tenho sono, só vontade de te descobrir e de ser tua descoberta. E é entre os teus braços claros que eu não me sinto só. Porque apesar de toda essa capa de “que-forte-a-menina-indestrutível!”, eu sou débil e boba demais, fraca e vulnerável quando você dispara um olhar na minha direção. (“No me mires que me encierras... si, ahora es igual, mírame que ya me tienes encerrada por completo”). O meu sorriso é mais feliz contigo e eu amo conhecer teu mundo, as ruas que você passa, as pessoas que você ama, a cama que você dorme e o que você vê quando abre a tua janela ao despertar.
Eu quero ir em ti, quero ir até onde possamos ir, porque também confesso e aceito que já não sou tão singular, e que já me perdi pra ti faz tempos. Resolvi pular bem do alto dessa pedra e cair de vez nesse rio, e que a correnteza me leve pra esse lugar tranquilo que eu tenho a impressão de ver de relance a cada vez que nos encontramos.
Que o universo nos tenha reservado um amanhã bonito.
Segura a minha mão com força e não solte.


Que venha o desafio.


Por Dani Cabrera

“Que sí, que sí, qué bien! Que me encanta escucharte, adoro sentirte. El barrio es más hermoso desde que apareciste, hoy luce el sol en mi corazón. Mi niña, mi amor, mi rayo de luz, el camino que lleva a tu casa es mi alegría. La primavera ha llegado a la ciudad y no sabes lo bien que me sienta”.
(Mar El Poder del Mar _ Facto Delafé)

miércoles, 2 de septiembre de 2009

Do Cheiro Que Ela Tem...

Ela tem cheiro de sonho.
Cheiro de sonho em noite de sono tranqüila. Ou de sonho do sono de depois do almoço em dia frio. Ela tem cheiro de sonho de sono tão tranqüilo que dá a incerteza de ser mesmo sonho ou realidade. Ela tem cheiro de sonhos felizes, regados de sorrisos e de olhos nos olhos. Ela tem o cheiro de todas as coisas que eu mais gosto, como se fosse uma mescla de todas as minhas predileções. É um sonho do cochilo que por acaso sucedeu-se. Chamo acaso o que ela chama natureza, e nos entendemos assim.
Quando chegou, estava ela do outro lado da rua esperando. E ele ao baixar do ônibus, desceu as escadas correndo atrás do próprio coração que foi na frente a abraçá-la de tanta saudade.
E ele quase caiu já sem força quando ela sorriu em sua direção. Quase caiu, mas se manteve de pés e só se entregou a realizar o abraço que vinha desejando há semanas e semanas. Estava ela do outro lado da rua vestida de abraços e de beijos, de sede, vestida de toda a gentileza lenta que ele adora. Estava ela vestida assim e com cheiro de sonho. Ela tem cheiro de sonho.
Ela tem o cheiro de um sonho que ele tentava inventar no cenário novo, mas não conseguia. O sonho que na verdade não achava que sonharia. Sim, surpreendente é a vida... Um tipo de sonho que na verdade não imaginava que poderia (voltar a?) sonhar.
Ela dá vida ao cheiro do mar que cerca a torre cansada de San Sadurniño, e é linda à luz do sol ou ao brilho da noite silenciosa – ruidosa por ela e por mim. É mágica quando dança como Fred Astaire à sua maneira despreocupada, e me pega pelas mãos pra lhe acompanhar em seu baile ainda que não haja o mínimo som de música. Acho que a canção dela é daquelas que soam no coração... Ela me consome, me esgota e me revigora outra vez, é o meu INTENSO entregar. É a nossa vontade de não levantar da cama, e o meu manter-me desperta pra não perder um minuto sequer. “Abrazame, vamos a dormir”. Ela é sonho, tem meus olhos - e dói no meu peito uma dor maravilhosa quando dorme apoiada no meu braço esquerdo.
Ela tem o gosto do vinho dos ribeiros de Cambados, ela é doce e é ácida ao mesmo tempo, é sorriso e fumaça suspensa no ar, a voz que consegue todas as coisas que quer mesmo sem pedir. É uma mistura de menina, anjo, mulher e sonho. Porque ela além de ter cheiro de sonho é também o próprio sonho dele realizando-se a cada vez que se encontram.

Ella huele como un sueño.

Por Dani Cabrera
Permita-me Naty, mas vou mandar um PS aqui. rs
PS.: Talvez a imagem que acompanha o texto não pareça compatível com o que foi escrito. Mas esse foi o meu cenário. :D
PS2.: Um beijo à todos e muito obrigada pelo carinhho!

martes, 25 de agosto de 2009

Da Idéia Que Eu Tive...

Eu tenho um plano.
E na verdade precisamos ter um plano de fuga pra toda essa inquietude que ronda os pares do mundo. Porque todo mundo sonha tanto com um amor eterno, ainda que se diga o contrário, e que se faça aquele discurso hipócrita de que bom mesmo é estar livre. Mas liberdade não é estar solitário. Liberdade é poder ser quem se é independente de quem esteja ao teu lado.
Mas não vim aqui pra fazer discurso algum sobre liberdade, vim aqui pra ser direta como a tua personalidade forte tem me ensinado a ser. E eu vim te dizer que tenho um plano. Um plano pra essa coisa que a gente nunca sabe quando começa e quando termina.
Não quero te dizer que te quero ao meu lado pra sempre porque talvez pareça cedo demais, apesar de todos os meus movimentos dizerem que do teu lado eu fico tão boba feito menino no parque e o restante do mundo desaparece, até cairmos em si, dar aquela risada e eu dizer: respeite as crianças!
Não quero falar em “vida-toda” porque isso já é produto do mundo moderno, ansiedade disfarçada. Não quero falar do que já falei, quero novidades e eu sei que isso você me gera.
Quero te falar de minutos e minutos que podemos estar assim, lado a lado, e que podemos ir como agora, sorrindo – tu com esses olhos que tem uma cor que eu antes achava triste demais, e eu com essa minha cara de boba que fica pensando o tempo todo em que-sorte-eu-tenho-sempre. THE GREAT ESCAPE.

Te digo meu plano:

Vamos assim, eu e tu, tu e eu, fazendo cara de contentes demais, esperando dias, esperando palavras, disfarçando e distraindo o tempo até o dia em que a vida decidir ser. Fim.


Por Dani Cabrera

Recebi esse MEME da Sophia, também há uns dias atrás, e só hoje tive tempo de responder.

Regras:
1) Responder a verdade.
2) Repassar aos blogueiros que conhece.
3) Não esquecer do recadinho para quem te convidou.


Perguntas:

1) Onde está seu celular? Aqui do meu lado.

2) E o namorado? Sonhando.

3) Cor do seu cabelo? Castanho avermelhado.

4) O que mais gosta de fazer? Depende do dia. Gosto de sair e me reunir com meus amigos pra conversar e tomar algo, gosto de estar em casa pra ouvir música ou ler um pouco.

5) O que você sonhou na noite passada? Melhor não dizer... rs

6) Onde você está agora? Em casa, na sala.

7) Onde você gostaria de estar agora? Em Cambados. : )

8) Onde você gostaria de estar em seis anos? Na Capital ou em Barcelona.

9) Onde você estava há seis anos? No Rio, trabalhando na C&A, de vitrinista.

10) Onde você estava na noite passada? Trabalhando até as 22h, e logo cama com direito à muita febre! Ah! Antes tentei assistir Big Fish, mas não consegui terminar. Vou Terminar daqui a pouquinho.

11) O que você não é? Muita coisa de boa e muita coisa de ruim.

12) O que você é? Que complexa essa pergunta...

13) Objeto do desejo? Lá vai: um New Beatle vermelhooooooo!!! E uma caravana pra dar uma rodada pelo país.

14) O que vai comprar hoje? A essa hora já não se compra nada. (01.57)

15) Qual sua última compra? Curativos. rs

16) A última coisa que você fez? Pasta de Atum.

17) O que você está usando? Pijama e fones de ouvidos bem grandes! Descalça como sempre.

18) Quem está com você agora? Sozinha, supostamente.

19) Seu cachorro? Ai, prefiro gato, mesmo tendo que tendo o Bob, tadinho! Que ele não leia isso! Hahahahahaha...

20) Seu computador? HP. Mas já tenho que trocar porque já está ficando bem surrado.

21) Seu humor hoje? Tô uma mistura de apreensão com felicidade. Tô ansiosa também, no bom sentido da coisa. Tô me sentindo quase satisfeita, com um quase gostinho de consegui. Tô me sentindo feliz.

22) Com saudades de alguém? Sim! Muuuuita! Mas com dias contados! :D

23) Seu carro? Preciso terminar a auto-escola antes.

24) Perfume que está usando? Perfume não, um hidratante dove.

25) Última coisa que comeu? Sanduíche de pasta de atum.

26) Fome de quê? De vida! De tudo!

27) Preguiça de… ? Não to lembrando agora, mas tenho preguiça de muita coisa.

28) Próxima coisa que pretende comprar? Posso pular essa?

29) Seu verão? O verão já está indo embora e eu ainda não fui à praia...

30) Ama alguém? Amo.

31) Quando foi a última vez que deu uma gargalhada? Ainda há pouco lendo um site de cantadas de pedreiros! Hahahahahahhaha...

32) Quando chorou pela última vez? Domingo retrasado.


Repasso à:

Janaína

Karine

jueves, 13 de agosto de 2009

Do Que Eu Preciso Te Dizer...

Eu preciso te dizer que minhas intenções a teu respeito são as melhores, e preciso que você acredite em mim.
Eu preciso te dizer também que não esperava que você fosse me invadir o peito sem pedir permissão, sem ao menos deixar que eu percebesse ou tentasse impedir a tua entrada: você entrou e se sentou em um lugar onde quem se senta não se levanta.
Você precisa saber que algumas coisas, ainda que não pareça, ainda estão em fase final de cicatrização, apesar de já não verter sangue algum. Só algumas lembranças que me deixaram uns reflexos mal feitos, e que às vezes me fazem dar ou deixar de dar passos. Eu sei que não pode ser assim, eu sei – questão de tempo. É tudo teu. Eu preciso te dizer que não adiantou temer e me conter. E preciso te perguntar: como foi que você me roubou pra você?
Eu quero que você saiba que sinto muita, mas muita vontade de te levar de alguma maneira até o meu próximo ano, e o outro e o outro e mais quantos puder. E quero que você saiba que os teus olhos me fazem querer isso cada vez com mais força a cada vez que você os finca nos meus, e sorri. E eu já não quero desviar os meus olhos por medo de cair de vez nas tuas mãos, porque eu já não tenho armas pra te enfrentar, a única saída é me render. Eu quero te dizer também que quando você deita no meu braço esquerdo perto do meu peito pra descansar tua alma eu me sinto completa, e não seria infeliz se o fim desse preenchimento tivesse que ser uma conversa de botas batidas. Eu quero te dizer que já faz tempo que a minha magia não funcionava e que os meus olhos não brilhavam tanto, e que foi só você chegar pra que tudo voltasse a crescer e eu recuperasse esse fôlego de jovem que toma água da fonte, mas tenho que te confessar também que morro de medo de te dizer essas coisas tanto quanto morro de vontade de te dizer tudo isso e mais agora mesmo. Eu quero te levar adiante, e quero te dar todo o valor que te cabe. Quero te sentar nos lugares que você merece sentar-se e te dar o cuidado e o respeito que você merece, quero aprender a decifrar todas esses teus enigmas cinzas e coisas que você me diz e que me deixam forte, forte, forte – e fraca de tanto querer. Quero que você perceba que abri espaço agora, e que você pode se acomodar e ficar até o dia que eu não vou me atrever a dizer qual é.
Todos dormem já. Só em mim que a saudade não dorme.

E quase me esqueço, um pedido que quero fazer:
Confia em mim. Me dá a mão bem forte e pula comigo daqui.


Por Dani Cabrera

jueves, 30 de julio de 2009

Dos Tonteios Que Confesso Ter...

A questão foi que eu passei tempo demais tentando dar nomes ao que não precisava em lugar de ir em frente e dar vida ao que precisava viver.
É que nós - as pessoas - temos a estranha maneira de complicar tudo com os nossos métodos e fórmulas infalíveis que não nos levam a lugar nenhum, nos mecanizam... não deixa transluzir. A questão é que era ela, e é, e eu preciso fazer algo antes que o portal que dá acesso a essa nova dimensão se feche outra vez e me deixe no frio, do lado de fora.

De tanto temer errar eu acabo me esquecendo também de acertar, e querendo acertar eu quase deixo de ser eu mesma. Eu não quero dizer-te que penso em ti a essas horas da madrugada, e com tanta falta que remói a garganta. É que eu quase me esqueço que com o tempo as pessoas acabam se esquecendo que o natural é envergonhar-se somente do que é indigno, mas o crucial é ser quem se é. E você sabe que eu tenho sentimentos, e é normal que eu esteja desejando muito, mas muito te ver a ponto de doer agudo, e talvez querer fugir.
E não me diga pra não me apaixonar porque eu vou encher a tua casa de flores.
Não se trata de querer despejar em você toda a carência que eu mesma dissimulo não ter.
É saudade, saudade e carinho, e só.

E eu que pensei que seriam suficientes todas aquelas vezes que entre um beijo e outro, entre um entregar-se e outro, eu te olhava atentamente os detalhes, com fome de guardar qualquer imagem tua que pudesse amenizar a saudade que eu começaria a sentir milésimo de segundos depois de você beijar a minha boca que se faria outra vez fria e soltar as minhas mãos pra entrar naquele trem que te levaria pra cidade ao lado. Eu imaginava que quando você subisse naquele trem algo de mim seria levado, mas não sabia que me doeria tanto a ponto de me tirar a paz na segunda-feira. A saudade segue aqui, e toda a tentativa de te manter fresca na lembrança foi só artifício pra me prender mais ainda na falta que eu sentiria.

Essa noite eu não vou chorar de saudades.
Vou fechar meus olhos, e exigir que as horas tragam você pra mim. Outra vez.


Por Dani Cabrera

martes, 21 de julio de 2009

Estou Aqui Também...

O Que Eu Não Disse
E o que eu também não vou dizer...

Só pra informar, porque muita gente ainda não sabe da existência desse meu segundo BLOG. Quem quiser acompanhar encontrará as portas abertas!
Muito obrigada pelas visitas em Do Amor Que Sinto, pelo carinho de cada um, pelos recados que me deixam mesmo toda boba..., feliz - de saber que de alguma forma nos acrescentamos algo.
Peço perdão por não ter atualizado com tanta frequência e por estar completamente por fora das novas normas dessa reforma gramatical que aconteceu a pouco tempo na língua portuguesa, mas é que foi justo na fase que eu saí do país. Estou mesmo desinformada sobre o que aconteceu, mas vou buscar me atualizar de alguma forma.
Perdoem as minhas tremas (...) que eu já sei que não se usam mais, mas é que dizem tanto sobre o silêncio e sobre as palavras que eu prefiro não dizer pra que cada um possa completar como bem entender...

Bom, é isso, o recado foi dado, deixo um beijo imenso pra cada um, desejo muita saúde e fé o suficiente pra seguir acreditando no amanhã e nas oportunidades que virão.

Grande abraço,

Dani Cabrera.

PS.: Logo-logo eu atualizo aqui! ; )
* Foto: Eu no Parque Güell, de Gaudí, em Barcelona. Apaixonada por essa cidade!

viernes, 17 de julio de 2009

Porque Un Día Hay Que Volver...

Tá certo. Eu sei que não se deve dissimular, mas eu preferi me calar.
Eu não quero que ninguém se importe, porque hoje já não há ferida, senão uma cicatriz que vez ou outra me recordo que a tenho. E já não lateja quando o tempo muda; muito raramente.
Pois bem, eu preferi me calar. Preferi não dizer sobre todas aquelas coisas secas que haviam morrido bem dentro de mim, e que por noites e dias me fez ter febre e alucinações. E me fez sair pelas madrugadas chamando um nome que eu bem sei que não me responderia. Impossível.
Eu preferi não falar das vezes que eu tinha que sorrir porque alguém dependia disso pra seguir acreditando, mesmo não acreditando – mais - em exatamente nada. Preferi não falar todas aquelas coisas duras que eu na verdade hoje vejo que precisava dizer, mas me calei.
Pela diplomacia. Eu consegui.
Eu preferi não falar em desamor, senhores, mesmo sabendo que um dia você vai sorrir e acreditar na eternidade, e no outro você pode estar perdido, tateando no escuro sem saber que o hoje é hoje. Porque algumas vezes eu queria acordar, como a menina que tem a sorte de ter uma vida a seu favor sempre – e assim sou -, mas dessa vez não, eu não estava dormindo, e era tudo realidade. Eu não vos queria dizer que tudo foi em vão, por medo, e calando-me os vi seguir. Pra mim só já bastava saber... Valeu a pena.
Eu não quis falar de coisas tristes, e mesmo assim hoje, pra que o ciclo esteja fechado eu preciso dizer que eu superei, mais essa. E que sigo forte e boba demais a ponto de acreditar em tudo outra vez...

A vida segue e a minha força não foi retirada.
A vida segue. E eu sigo, com ela.


(O que é meu segue em mim).


Por Dani Cabrera


“Voy a recoger mis alitas rotas, y las pegaré trocito a trozo y volaré. Yo soy una montaña rusa que sube que baja que ríe que calla confusa me dejo de llevar, por lo que los días me quieran mostrar. Buscome”.
(Bebe - Buscome)

lunes, 15 de junio de 2009

De Onde Eu Te Vejo...

Você vai passar na rua dentro de alguns poucos segundos.
E eu vou correr pra janela só pra te ver passar.
Eu vou correr pra janela e vou ficar calada, só te olhando enquanto você dá teus passos em direção a um lugar que eu não tenho a mínima idéia de onde seja – e eu vou me consumir de vontade de ir junto contigo.
Se por acaso você ameaçar um olhar pra cima eu vou me esconder por detrás das cortinas.
E não é por não te querer, eu quero ir com você. Mas ainda me falta...
Queria ter a coragem de gritar teu nome lá do alto quando você passasse bem embaixo da minha janela, e pedir que me esperes, e que não dês mais um passo sequer sem mim – te pegaria pela mão e fugiríamos os dois para o Vilarejo de Marisa.
Mas o momento é de continuar te olhando daqui de cima todos os dias às seis da tarde, enquanto você passa tentando me ver em uma dessas dezenas de janelas que tu não sabes qual é a minha.
Te prometo que não vou te procurar onde não eu sei que não estarás.
Em outros olhos, em outros beijos, em outros passos...
Nem vou te confundir com qualquer outro traseunte que seja semelhante a ti.
Eu vou continuar sonhando à noite contigo, e de dia também.
E um dia você vai me ouvir gritar teu nome da janela do sexto andar.

E nesse dia seremos o par mais feliz do mundo.


Por Dani Cabrera

martes, 26 de mayo de 2009

De Como Se Acompanham...

Todas as noites ela se esconde num lugar estratégico.
E ele se deita, suspira o cansaço do dia todo e pensa nela.
Ainda no escuro se pode notar que seus olhos reluzem iluminando o quarto inteiro, e brilham porque é como se ele a estivesse vendo dentro dos olhos negros da mocinha que tanto ama, e o cheiro dos cabelos compridos dela que sai de dentro das lembranças dele, e o adentra outra vez sem pedir permissão.
Era o tempo de ele se deitar pra que ela começasse a se mover como que em mágica, e ao fechar dos olhos dele ela entra em seus sonhos. Como num encontro marcado: ele que se preparava pro encontro das possibilidades e ela, escondida em algum lugar entre a fronha branca do travesseiro e o colchão, esperando-o - talvez ansiosamente – pro “grande encontro de todos os dias”.
A ultima expressão do rosto dele é a mesma que ele a encontra a cada vez que isso acontece: um sorriso cheio de todas as melhores coisas que ele tem dentro dele – um feixe de luz. Um sorriso cheio de todas as promessas que ele está disposto a cumprir caso ela possa ser só sua de uma vez por todas. E o silencio... De quem tem tanta, mas tanta coisa a dizer que o que mais conveniente é ficar calado e aproveitar tudo o que não se diz com voz.
Quando ela vem, senhores, ela arrasta atrás de si os aromas de todas as primaveras, mesclado ao cheiro de chuva quando cai em terra seca. Ela sempre surge por detrás dele como quem quer surpreender com o já esperado, e quando como pétalas ela o toca nos olhos, ele a reconhece. Quando ela vem, o coração dele se enche de alegria e cai por terra como se perdesse todas as forças – e vontade de resistência. Ele a ama sem pausas, sem pudores, sem reservas. E ela, é ela, e isso basta pra ele. Como som de música é a presença de um para o outro, como se dançassem no topo do mundo os dois se abraçam e lançam pedidos ao vento, pedem a quem possa fazer com que esse momento não se acabe.
Nunca mais.
Todas as noites eles se encontram em sonhos.
Todas as noites eles se apaixonam um pouco mais.

Acho que isso deve ser saudade...


Por Dani Cabrera


"Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida". (Clarice Lispector)

viernes, 8 de mayo de 2009

Do Que Se Acaba De Encontrar...

Era o corpo de um colado no corpo do outro.
Era o corpo de um, colado no corpo do outro - e ardendo.
Eram os corpos de ambos buscando um no outro a falta de algo que não se sabia onde encontrar – agora sim. Eram os beijos assim, disfarçados de beijos, numa busca de entender o que era vazio e que agora é transbordar.
Eram urgentes.
São urgentes porque entendem, senhores, que amor é a eternidade tentando caber numa vida tão breve. E que um segundo contava ao peso de milênios e milênios juntos. É como ter grãos demais pra pouco espaço de terra, ou uma simples regata para abrigar do frio de um inverno inteiro. É como ter flores e flores pra uma só primavera...
Por isso a pressa; e a sede do corpo de um no corpo do outro, o beijo urgente que não era beijo, mas a certeza de que tinham acabado de encontrar um no outro a parte perdida de ambos.

Quem dera houvesse tempo o bastante pra consumir tanto amor.


Por Dani Cabrera


"Beija eu, beija eu... Beija eu, me beija e deixa o que seja ser.
Então beba e receba meu corpo no seu corpo, eu no meu corpo - deixa,
eu me deixo. Anoiteca e amanheça...". (Marisa Monte)

sábado, 25 de abril de 2009

Da Tua Vinda...

Eu deveria saber que aqui também te encontraria - tu vieste.
Vieste, sem que eu suspeitasse, sem avisar, nem um telefonema antes, uma mensagem... E foi assim que eu não tive tempo pra me preparar.
Não tive tempo pra me sentar diante do espelho e fazer aquele penteado que eu sei que você gostaria, nem de tirar do roupeiro o vestido rodado – cheirando a guardado - de “mocinha-que-está-esperando-o-amor-chegar”.
Quando chegaste, eu não havia ainda perfumado toda a casa pra te receber, nem pensado no que te dizer. E não tive tempo de colher do jardim as flores que atravessaram primaveras esperando o momento da tua chegada, as que preencheriam o vaso oco de cima da mesa da sala-de-estar. Não pude te preparar algo de beber, nem algo de comer. É que eu devia saber desde o início que tua vinda assim sem dizer, era um modo de me ter crua, despreparada, como tudo aquilo que você sempre preferiu. É a tua simplicidade quem sempre joga todos os meus planos perfeccionistas pelo chão e me faz feliz.
Eu, na verdade, já nem imaginava mais que tu virias.
Mas tu vieste à mim como vem o sol para a noite fria. Vieste com doçura e me encheste a vida e o querer de cores. Vieste pura, cheia de sorrisos e com um punhado de suspiros guardados no bolso.
Vieste como há séculos havíamos combinado.
E foi quando me deste a mão, que eu te reconheci.


Por Dani Cabrera

sábado, 4 de abril de 2009

Daquilo Que Eu Acredito...

Ele baixou a cabeça e seguiu.
Depois de se despedir pensou na possibilidade de nunca mais encontrá-la.
(Ruído de passos, um vazio e nada...).
Depois daquele abraço que poderia ser o último, ele forçou bem a mente pra não esquecer do calor dela. Nem do cheiro dos cabelos negros... Nem de como os olhos de ambos ameaçaram transbordar quando tiveram que dizer “até...”.
Não vou mentir: ele sente medo de tantas diferenças. E ele até tentou não se deixar entranhar tanto um no outro. Até pensava que seria fácil demais colocar uma pedra sobre tudo e partir com as mãos no bolso, um assobio desprezível nos lábios, e sem olhar pra trás. Ele pensava que poderia partir completo. Mas metade dele ficou com ela, no abraço apertado que quase fez seu coração parar, guardado nos olhos tão escuros dela, nos suspiros do querer e do conter, na meia noite daquele dia frio.

Vou cruzar meus dedos e acreditar com força.
Vou pedir ao vento que te levou pra te trazer de volta, aqui.


Por Dani Cabrera

martes, 3 de marzo de 2009

Daquilo Que Eu Quero...

Eu vou ficar aqui pensando em ti, já decidi.
E vou ficar com os dedos cruzado pra que a semana corra bem depressa, e pra que quase no fim eu possa te encontrar me esperando com aquele sorriso sereno que ilumina meu dia.
Eu vou deitar no cantinho mais quente da casa pra lembrar das tuas mãos tranqüilas e do beijo que remontou a minha alma.
Vou fechar meus olhos pra lembrar você..., lembrar dos olhos mais bonitos que já vi na vida e o meu rosto vai pedir outra vez aquele carinho que você me fez enquanto eu te olhava cheia de uma coisa boa que eu já não sei explicar.
Já está decidido: eu quero te acompanhar.
E quero ser quem te envia flores pra te fazer sorrir e recuperar o fôlego quando as coisas não estiverem bem...
Ou só pra dizer em um cartão que não são mais belas que tu.
Quero roubar a rosa mais bonita do canteiro da outra rua só pra saberes que ali no caminho eu pensei em ti.
Quero te levar por aí, e te mostrar o mundo inteiro.
Quero que as minhas mãos sejam o apoio que encontras quando tropeças.
Quero que o meu abraço seja onde acalmas a tua alma, e que meu carinho seja o remédio que te curou da dor. Quero te ensinar a perceber todas as matizes que ainda não vês.
E que acredites sem duvidar quando a minha voz disser: "tudo vai ficar bem outra vez...".
Eu quero ser quem te faz desejar que o nascer e o pôr do sol sejam eternos.
Eu quero ser quem você lembra quando tem a certeza de que não está só.
Eu quero que você seja só de mim,
E eu quero ser só de você.

Por Dani Cabrera


"...I found a reason for me to change who I used to be,
the reason to start over new... And the reason is you...".
(The Reason - Hoobastank)

jueves, 19 de febrero de 2009

Do Que Ele Me Contou...

Ele me disse que são as mãos dela.
Disse que são tão suaves, e tão cheias de uma alguma coisa semelhante a uma porção mágica que o faz saber de novo o que é andar sobre nuvens.
E me disse que não é só isso.
Me disse também que são os olhos dela que o deixaram assim meio bobo.
Porque são olhos fortes, que parecem esconder tudo pela cor que tem, e ao mesmo tempo sabem expor todas as coisas quando fincam nos seus – e brilham involuntariamente.
Ele me disse que pode ser também a voz, ou a maneira que pôde confidenciar coisas que... Confidências; basta.
Ela tem a vida um pouco embaraçada, como ele também tem... Mas eles sabem transpor barreiras, todos sempre sabem, por mais que o muro pareça de chumbo e teias e que os joelhos digam que não podem mais.
Ele soube esperar... Ele sabe ser paciente.
Ele não lembra em que momento começou a ser pego por ela, e pelos pensamentos em torno dela... Nem quando começou a ter coragem de pensar na possibilidade de salvar-lhe a vida. Só que ainda é cedo – ele diz... Mas não nega que sim, que é capaz de entregar-lhe o mundo.
Ele me disse que ela tem o beijo doce, e que desde o início sabia que o beijo dela combinaria com o seu. E disse que ela tem o cheiro mais agradável que o jasmim na estação colorida.
Ela acende todas as lâmpadas do rosto e do corpo todo dele com um simples toque.
Ela o acende por inteiro. E ele não acende simplesmente...
Ele reluz outra vez, o amor.


Por Dani Cabrera



"Pode ser, quando é assim, deixa vir do coração. Você sabe que eu só penso em você, você diz que vive pensando em mim... Pode ser, se é assim, você tem que largar a mão do não...". ; ) (Djavan - Se)

lunes, 26 de enero de 2009

Da Força Que Nasce Em Ti...

Quando ela desce as escadas de pedra ela vê lá longe e suspira - gosta disso.
Vê ao longe alguns rascacielos, uns de muito e muito tempo atrás; vê as novas construções, a massa gris, o céu quase sempre azul, e surpreendentemente bonito hoje, um dia que é O dia depois da tormenta. Porque O hoje nasceu pra desapavorar as lembranças da noite passada.
Hoje já não há furacão.

E a vida deve ser isso: perder hoje e/para ganhar amanhã...
Doer dói, senhores, mas é a lei. Só que sempre passa.
Só não se podem perder as porções daquilo que se é.
A vida por si só te empurra outra vez pras coisas que valem a pena, te encoraja a sorrir novamente por detalhes que quase ninguém vê, e de repente sente vontade de levantar e sair por aí conhecendo gentes e mais gentes, e quando você se dá conta foi outra vez resgatado a apostar todas as fichas na Felicidade.
Não se pode perder a doçura senhores, tampouco a capacidade de Amar.
Não se pode perder a fé no amanhã, porque é verdade que sonhos se realizam, a menos que se esteja cansado demais pra tentar ser Feliz.

E ela do alto da escada ainda empoçada, e levando consigo seu potinho cheio de esperança em tudo, lembra da tempestade que passou e agradece com umas pulsadas mais fortes no peito pela generosidade da vida. Pela dádiva da superação.

É ela..., a Menina-Amor.



Por Dani Cabrera

2019

Echarte de menos en una tarde como esta, sabiendo que vendrás – que en un par de horas entrarás por la puerta de nuestra casa. Por aqu...